Um estudo revelou que a Etiópia, a maior produtora de café do mundo, pode ter sua economia impactada pelo aquecimento global
O café é uma bebida feita a partir das sementes do cafeeiro, uma espécie de planta pertencente ao gênero Coffea, originária da Etiópia. Depois de torrados, os grãos de café são moídos e dão origem à bebida, que pode ser feita por meio de vários métodos de extração.
O café começou a ser consumido no Iêmen e, a partir dali, o costume se espalhou pela África do Norte, Europa e, então, para o restante do mundo. A planta é cultivada em mais de 70 países e, em 2016, o Brasil liderou a produção, com cerca de um terço do total cultivado como commodity.
Com efeito estimulante, o café pode ser bebido quente e gelado, puro, com açúcar, especiarias, leite, leite de coco e por aí vai. As versões são inúmeras e incluem desde o famoso espresso até drinks sofisticados feitos com café.
Estudos concluíram que, embora possa aumentar a ansiedade, o café proporciona muitos benefícios à saúde, já que é rico em antioxidantes.
Entretanto, a má notícia é que essa bebida tão popular pode se tornar um artigo de luxo por causa do aquecimento global.
Um estudo revelou que a Etiópia, a maior produtora de café do continente africano, pode produzir menos café especial, o que pode impactar os milhões de pequenos agricultores do país, que ganham mais com cafés gourmet do que com café comum, baristas e consumidores de café do mundo todo.
De acordo com os pesquisadores, as mudanças climáticas reduzirão as áreas adequadas para tipos de cafés de alta qualidade, mais florais, frutados e picantes. Por outro lado, a área adequada para os plantios de café de qualidade média aumentará.
O renomado tipo Yirgacheffe, um dos tipos de café mais antigos e mais procurados do mundo cultivado no sudoeste da Etiópia, pode perder mais de 40% de sua área adequada até o final do século XXI, o que pode impactar a economia local.
Isso não afetaria apenas os consumidores de café em todo o mundo, especialmente aqueles que moem seus próprios grãos ou preferem misturas sofisticadas, mas também teria consequências para a economia da Etiópia. Os pequenos produtores seriam forçados a mudar para o cultivo de cafés convencionais, menos palatáveis e amargos, competindo com sistemas de produção industrial em outros lugares que são mais eficientes. Esse cenário pode ser fatal para o país, pois as exportações de café respondem por cerca de um terço de tudo exportações agrícolas.