O aquecimento global é um fenômeno natural que envolve a elevação da temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. Este processo decorre do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, os quais bloqueiam o calor emitido pelo Sol e o retêm na superfície terrestre, contribuindo para o aumento da temperatura média do planeta.
Mesmo que haja discussão sobre se o aquecimento global é natural ou causado pela ação humana, é importante entender as consequências desse fenômeno. Para esclarecer essa questão, a equipe do Portal eCycle produziu um vídeo informativo que explora as nuances desse fenômeno:
O efeito estufa é um fenômeno essencial para manter a Terra em temperaturas habitáveis. No entanto, o aumento das emissões de gases que acumulam calor no planeta tem sido determinante para perturbar esse equilíbrio. Isso resulta em uma maior retenção de energia na atmosfera e no aumento do efeito estufa, levando ao aquecimento da baixa atmosfera.
O fenômeno do aquecimento global está intrinsecamente ligado à intensificação do efeito estufa. A radiação solar atinge a Terra, sendo absorvida por gases na atmosfera e liberada na forma de calor, elevando a temperatura do planeta. Esses gases, responsáveis por interagir com a radiação solar e gerar radiação infravermelha, são conhecidos como Gases de Efeito Estufa (GEE). Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria:
Entenda melhor o que é o efeito estufa na matéria sobre o tema e no vídeo, produzido em parceria entre a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais:
Embora o termo “aquecimento global” sugira um aumento uniforme da temperatura, este fenômeno climático é capaz de gerar eventos extremos, incluindo episódios de frio intenso. Uma compreensão equivocada desse conceito foi evidenciada quando, em 2019, o então presidente dos Estados Unidos associou as temperaturas baixas daquele ano à inexistência do aquecimento global.
No entanto, é crucial não basear conclusões sobre o aquecimento global em eventos isolados. A análise deve considerar escalas geológicas, levando em conta a história da Terra ao longo do tempo. O aumento das emissões de gases de efeito estufa intensifica a retenção de energia nos oceanos e na atmosfera. Isso provoca um aumento na intensidade, frequência e impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor.
Uma das consequências do aquecimento global é a alteração na circulação termoalina. Este fenômeno regula as correntes oceânicas com base nas diferenças de densidades causadas pela presença de sal. Com o derretimento das calotas polares, a concentração de sal diminui, potencialmente desacelerando ou interrompendo essa circulação.
Essa desaceleração pode resultar em temperaturas mais baixas em certas regiões, mesmo em um contexto de aquecimento global geral. Em cenários extremos, uma redução significativa na circulação termoalina pode levar a uma era do gelo em regiões como a Europa. Saiba mais sobre esse tema na matéria:
Apesar de não haver um consenso sobre a principal causa do aquecimento global, a comunidade científica, cada vez mais, reconhece a significativa contribuição da atividade humana, que expandiu a produção industrial a partir do século 18, durante a Revolução Industrial, aumentando a significativamente a produção de gases do efeito estufa.
Pesquisadores da Universidade de Bristol alertam para um potencial aumento do nível do mar de 90 centímetros até 2100. Este decorrente do derretimento das geleiras e expansão das águas oceânicas.
O aumento do nível do mar é capaz de causar o desaparecimento de ilhas e até de países inteiros. Além disso, prejuízos para cidades litorâneas, causados pelo desaparecimento de áreas mais baixas, são esperados.
Outra pesquisa indica uma possível relação entre o aquecimento global e o aumento da atividade vulcânica. O aumento do derretimento de gelo nos oceanos, ao elevar a pressão sobre o solo oceânico, pode aumentar as chances de erupções vulcânicas.
Nigel Arnell, do Instituto Walker da Universidade de Reading, enfatiza a importância de políticas visando limitar o aumento de temperatura de até 2°C até 2100. O Acordo de Paris, estabelecido em 2015, busca atingir esse objetivo.
Se a ação humana não é a única causa do aquecimento global, seu impacto é considerável. Mesmo que não haja concordância sobre suas causas, a maior parte da classe científica reconhece a atividade humana como a principal desencadeadora deste fenômeno.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), principal órgão encarregado de sistematizar e divulgar estudos sobre o aquecimento global, a existência desse fenômeno não deveria ser objeto de debate. De acordo com o IPCC, as evidências do papel humano nas significativas alterações climáticas, ocorridas nas últimas décadas, são amplamente corroboradas por diversos estudos científicos.
As mudanças climáticas resultantes do aquecimento global aumentam a intensidade e a frequência de eventos climáticos extremos, afetando não apenas o meio ambiente e os recursos naturais, mas também a saúde humana. Efeitos como aumento do risco de suicídio, problemas respiratórios, cardiovasculares, asma, câncer, obesidade, insolação, infertilidade e deficiência nutricional são documentados.
Esses efeitos, incluindo o aumento da insegurança alimentar, impactam de maneira mais acentuada as populações mais pobres, contribuindo para fenômenos como “gentrificação climática” e “racismo ambiental”. Entenda esses temas com mais profundidade nas matérias:
Conscientização e mudanças de atitude são muito importantes para reduzir as consequências do aquecimento global e mudanças climáticas. Para oferecer contribuição para combater o aquecimento global e as emissões de gases do efeito estufa, em primeiro lugar, é preciso saber onde estão esses gases.
O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais gases do efeito estufa. Ele é encontrado principalmente na queima de combustíveis fósseis como o gás natural, gasolina, diesel e carvão. Para evitar esse tipo de poluição, a redução do uso deliberado do automóvel é um bom caminho!
Bicicletas são boas opções para deslocamentos de curta e longa distâncias. Além disso, caronas e transporte público de qualidade, sobretudo trens e metrô – que utilizam fontes de energia renovável – são ótimas alternativas. Quando o local é bem próximo, ir a pé também é uma boa saída.
O uso maciço de fertilizantes nitrogenados na agricultura para a ração do gado também é um forte amplificador do aquecimento global. Uma vez que além de exigirem grandes quantidades de energia em sua produção, quando aplicados ao solo, desprendem nitrogênio na atmosfera. O gás, combinado ao oxigênio, dá origem ao óxido nitroso (N2O), um poderoso GEE, cujo potencial de retenção de calor na atmosfera é de ordem 300 vezes superior à do dióxido de carbono (CO2).
Já o metano, GEE cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono na retenção de calor na atmosfera, a ela chega de diversas formas:
A agropecuária é fortemente uma atividade amplificadora do aquecimento global; isso porque no processo são emitidas quantidades significativas de GEE. Um estudo feito pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, mostrou que reduzir o consumo de carne vermelha é mais efetivo contra gases-estufa do que deixar de andar de carro. De acordo com outra pesquisa, se todos fossem veganos, oito milhões de mortes anuais seriam evitadas e a poluição diminuiria em dois terços. Saiba mais sobre o veganismo na matéria:
Com relação à decomposição de resíduos orgânicos, a biodigestão e a compostagem são consideradas tecnologias mitigadoras por reduzirem as emissões de GEE por tonelada de resíduo tratado. A primeira tem a vantagem de gerar energia como subproduto e a segunda, o adubo natural. Para entender mais sobre esses temas confira as matérias:
Embora o consumo de CFCs (clorofluorcarbonetos) tenha sido eliminado no país de forma regulamentar, ainda estão em operação equipamentos de refrigeração e ar-condicionados que operam à base desses gases nocivos. Alternativamente aos CFCs, sob o argumento de serem 50% menos destrutivos à camada de ozônio, surgiram os HCFCs (hidroclorofluorcarbonos).
Por outro lado, a nova solução, baseada nos gases chamados fluorados, representa grande contribuição para o aquecimento global. Isso porque essa tecnologia alternativa pode ser milhares de vezes mais prejudicial do que o dióxido de carbono. Isso levou a União Européia a pressionar por seu banimento em favor de alternativas naturais não sintéticas. Algumas delas são a amônia ou o próprio dióxido de carbono, que têm altas propriedades de resfriamento.
Por fim, ainda há ações importantes a serem tomadas e que dizem respeito ao caráter político de nossa vida em sociedade. Um cidadão consciente e ambientalmente educado reúne a argumentação e as condições necessárias para tomar as melhores escolhas em relação ao consumo. E, além disso, pressionar governos, empresas e representantes da sociedade a tomarem decisões e posturas mais viáveis socioambientalmente e, consequentemente, combativas ao aquecimento global.
Exemplos dessas ações são a capacidade de articulação em sociedade, apoio a representantes que mostram preocupação com mobilidade urbana, com o aquecimento global e com todos outros temas ligados à sustentabilidade.
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