As áreas verdes urbanas, de acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, são “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”.
Desta forma, uma cidade com áreas verdes urbanas tem um conjunto de áreas interurbanas com cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva e rasteira (gramíneas). O objetivo dessas localidades é melhorar a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental dessas regiões, fornecendo a população um maior contato com o meio ambiente.
Muitas vezes os elementos que formam um espaço urbano não contribuem para o bem-estar ambiental de uma população. Isso porque cidades são comumente estruturadas por asfalto, edificações, concreto, amianto, vidro e metal, materiais que, além de nocivos a natureza, também afetam a saúde física e mental do ser humano em certos níveis.
Um exemplo prático do impacto das áreas urbanas no meio ambiente e no bem-estar humano são as ilhas de calor. Esse fenômeno climático é categorizado pela grande elevação de temperatura em áreas urbanas, devido à falta de vegetação — para a produção de sombras e armazenamento de gás carbônico. As ilhas de calor acontecem em grandes cidades, nas quais a maioria das construções, feitas de concreto,absorvem a energia da luz solar, que se converte em calor. Isso causa um aumento da temperatura em comparação com as áreas rurais ao redor.
Áreas verdes urbanas ajudam a mitigar o problema gerado pelas ilhas de calor, e incluem parques, pequenos jardins e até corredores verdes no meio da cidade.
Existem três tipos diferentes de áreas verdes urbanas:
Urbanas privadas e semi-públicas: jardins residenciais, hortos urbanos, e todo espaço verde semi-público (que são de parceria público-privada);
Urbanas públicas: parques urbanos, praças, complexos recreativos e esportivos, jardim botânico, zoológico e cemitérios;
Suburbanas: são cinturões verdes, áreas verdes urbanas onde o espaço aberto é composto por extensões de vegetação em adjacências.
Como mencionado anteriormente, as áreas verdes urbanas reduzem os impactos ambientais causados pelo avanço das cidades, como as ilhas de calor. Porém, para além de melhorar a qualidade do ar e reduzir as temperaturas locais, esses espaços também podem gerar maior bem-estar para os moradores.
Um estudo, do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), mostrou que pessoas que vivem próximas a áreas verdes urbanas têm melhores condições mentais do que aquelas que não vivem. A pesquisa usou o critério 3-30-300, desenvolvido pelo estudioso Cecil Konijnendijk, em 2021.
Segundo o conceito, os espaços verdes urbanos devem espalhados da seguinte forma:
Quando os pesquisadores do ISGlobal analisaram pessoas que vivem sob essas condições, eles perceberam que elas apresentavam uma maior incidência de bem-estar mental. Ou seja, além de terem menos transtornos psicológicos, também fazem menos uso de medicamentos e visitam psiquiatras e psicólogos com menos frequência.
No entanto, os estudiosos alertam que, apesar desses dados, apenas 4.7% dos entrevistados atendiam todos os critérios do conceito 3-30-300. Além disso, um quarto da população de Barcelona vive em regiões que não atendem a nenhum dos critérios citados acima.
Mais benefícios das áreas verdes urbanas:
A manutenção e a criação desses espaços é de responsabilidade de órgãos públicos, porém, também cabe aos moradores o respeito e apreço por essas estruturas. As instituições governamentais devem:
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