A arquitetura biomimética é uma metodologia de vanguarda, baseado em um conceito de construção inspirado na natureza.
A biomimética é uma ciência que estuda os meios criativos que a natureza encontra para se adaptar, crescer e viver. Trata-se de uma área que utiliza os ecossistemas e os organismos como fonte de inspiração para encontrar soluções e alternativas para desenvolver funcionalidades úteis aos seres humanos. O termo se tornou popular em 1997, graças à bióloga Janine Benyus. Beynus escreveu o livro Biomimicry: Innovation Inspired by Nature (Biomimética: Inovação Inspirada na Natureza, em tradução livre).
O conceito, no entanto, já era aplicado há muito tempo. Algumas invenções, aparentemente simples, também tiveram inspiração na biomimética. Em 1941, por exemplo, o engenheiro suíço George de Mestral criou o velcro. Mestral observou o mecanismo da planta conhecida como bardana, que ficava grudada nos pelos de seu cachorro enquanto caminhavam.
Essa ciência já é considerada o futuro do design. Assim, inspirando arquitetos a criar projetos baseados nas estruturas biológicas da natureza e suas funções. Considerada uma corrente contemporânea filosófica, a arquitetura biomimética une pesquisa científica com conceitos sociais. Ou seja, a imitação não é literal, mas estrutural e estratégica.
Animais, insetos, plantas e minerais já inspiraram milhares de soluções. Por meio deles, observa-se como a vida se comporta e se renova. E, além disso, como se adapta às inúmeras variações climáticas e alterações causadas pelo ser humano.
A biomimética prova que, além das deslumbrantes paisagens e da infinidade de recursos naturais, a natureza tem diversas soluções. Estas que podem contribuir para o desenvolvimento da arquitetura sustentável, ajudando na criação de projetos duradouros. Quando unida à ciência, a biomimética pode contribuir para a qualidade de vida da sociedade como um todo.
Sendo assim, a arquitetura biomimética é uma metodologia construtiva. Nela, os projetos são desenvolvidos a partir da análise de estruturas naturais. Em outras palavras, a corrente se baseia na natureza para criar edifícios mais sustentáveis e modernos. Com isso, é possível revolucionar o design, os métodos construtivos e a forma como uma indústria funciona.
As principais formas de utilizar a biomimética na arquitetura são as arquiteturas que imitam:
Arquitetura que imita as funções da natureza é aquela que emprega uma ou várias funções a partir de exemplos da natureza no projeto arquitetônico. Esses exemplos utilizam funções para adequação ao local, ao clima e ao consumo de energia. Isso sem prejudicar ou poluir o meio ambiente circundante.
A arquitetura que imita as formas da natureza extrai propriedades estruturais incorporadas no design das formas naturais. As estruturas naturais passaram por muitos anos de evolução. Elas apresentam um nível de perfeição que envolve a “tentativa e erro”.
Estruturas vivas até hoje representam sucessos da natureza. Esses exemplos naturais fornecem uma série de materiais inovadores e formas estruturais. Ambas têm a capacidade de lidar com a força climática e ambiental. Tais “desenhos superiores” são cruciais para o desenvolvimento arquitetônico inteligente.
Já a arquitetura que imita partes da natureza tem foco na extração de propriedades estruturais, formais ou funcionalidades. Isso a partir de exemplos da natureza, para a aplicação em componentes de construção.
O método pode ser utilizado para substituir o revestimento de construções e sistemas mecânicos. Ou pode simplesmente ser aplicado como uma camada adicional ao sistema existente. O objetivo é elevar o desempenho da construção, resultando em eficiência e melhor adaptação ao meio ambiente natural.
A Exploration Architecture é um exemplo de iniciativa da arquitetura biomimética preocupada com a sustentabilidade. Trata-se de um estúdio, criado pelo arquiteto Michael Pawlyn, que utiliza a biomimética para repensar todos os tipos de construção e desenvolver soluções que usem os recursos com mais eficiência.
Entre os projetos, o grupo já criou um conceito para um prédio de escritórios que imita a estrutura do olho de um peixe para ajudar a maximizar a luz natural. Também foi elaborada a Abalone House. Uma casa baseada na forma de uma concha de abalone. Nela, a equipe procurou explorar como um edifício pode ser usado para extrair carbono prejudicial da atmosfera terrestre.
Outro exemplo de arquitetura com soluções sustentáveis é o edifício Eastgate Centre, construído no Zimbábue, pelo arquiteto Mick Pearce. O projeto arquitetônico da década de 90 teve como objetivo manter a temperatura interna agradável, excluindo o uso de ar condicionado. Nesse projeto, Pearce se inspirou na estrutura dos cupinzeiros, considerando os sistemas de ventilação, temperatura e iluminação internos.
Entretanto, alguns arquitetos usam como inspiração o ninho de pássaro, principalmente por conta da ventilação natural. Tal qual o Estádio Nacional de Pequim, projetado por Herzog & de Meuron. O estádio, que tem seu entorno em uma estrutura metálica em forma de treliça, chama a atenção pela forma e beleza.
Em Pequim, o Centro Aquático Nacional também é um marco da arquitetura chinesa. Construído pelos australianos da PTW Architects, o local é chamado de “Cubo d’água”, justamente por trazer a sensação de estar debaixo d’água quando se está dentro dele.
Quando o assunto é estrutura inspiradas pela natureza, Santiago Calatrava é um arquiteto espanhol bastante conhecido por encontrar soluções sustentáveis, combinadas com estruturas dramáticas e esculturais, que acabam sendo incorporadas pela paisagem natural local. Segundo Calatrava, a natureza é sua guia e inspiração para a criação de edifícios e pontes com formas naturais.
A construção civil e a indústria são setores que ainda geram muitos resíduos em nossa sociedade. Além disso, muitas organizações não se preocupam com esse assunto e descartam os resíduos gerados incorretamente.
Quem não adota políticas sustentáveis perde credibilidade no mercado, já que os clientes estão cada vez mais exigentes e preocupados com a causa ambiental. Logo, essa postura não ajuda na preservação da natureza e influencia o futuro de sua gestão. Portanto, a arquitetura biomimética é uma corrente de pensamento que deve fazer parte de seu planejamento estratégico.
Quando a arquitetura imita as funcionalidades da natureza, é possível:
Projetos que prezam pela arquitetura biomimética tornam-se referências em suas regiões e ganham destaque nos noticiários, atraindo maior número de clientes e, consequentemente, notoriedade. Por isso, é muito importante aplicar medidas sustentáveis, como o biomimetismo.
Todos os empreendedores querem aumentar os lucros e reduzir as despesas, contudo, poucos sabem como tornar esses objetivos uma realidade. É preciso analisar as oportunidades disponíveis no mercado e adaptá-las aos serviços disponibilizados pelo seu negócio.
Em muitos casos, o caminho nem sempre é fácil. Ao optar pela degradação ambiental por ser o processo mais barato e simples, se abre brechas para inúmeros problemas. Portanto, é necessário ter em mente que existem multas, penalizações e embargos para quem não respeita a natureza.
Além de despesas financeiras, o caminho mais fácil contribui para o esgotamento dos recursos naturais do nosso planeta. E, também, coloca em risco todas as formas de vida existentes.
Além disso, a arquitetura biomimética, com estruturas dimensionadas, fomenta a melhoria do seu orçamento financeiro. Se você desenvolver projetos de iluminação e ventilação natural, por exemplo, é possível reduzir custos com gastos energéticos. Com isso, sobram mais recursos para que você invista em outras áreas.
Todos os pontos abordados convergem para um único ponto: a sustentabilidade. Atualmente, não é mais possível fomentar o crescimento sem pensar nas consequências de nossas ações. As atividades antrópicas só podem ser realizadas quando há um controle de riscos. Além de um planejamento para compensar qualquer dano à natureza.
Ao praticar a arquitetura biomimética, você cria uma relação harmoniosa entre o ser humano e o ambiente. Assim, enfatizando a importância de uma sociedade ecologicamente correta e mais eficiente.
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