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Estudo do MIT e Harvard mostra que seleção natural e condições urbanas criam espécies mais tolerantes, mas desafios climáticos exigem planejamento

As árvores que compõem as florestas naturais e aquelas que embelezam as cidades não reagem da mesma maneira ao aumento das temperaturas. Essa discrepância, segundo um estudo recente do MIT e da Universidade Harvard, pode estar mascarando os verdadeiros efeitos das mudanças climáticas sobre a vegetação. A pesquisa, publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que a diversidade genética limitada das espécies urbanas as torna mais resistentes ao calor, criando uma falsa impressão sobre a capacidade de adaptação das plantas em um cenário de aquecimento global.

A equipe de pesquisadores analisou carvalhos vermelhos em Cambridge, Massachusetts, e em uma floresta rural próxima, a Harvard Forest. Ao comparar dados genéticos e o ritmo de brotação das folhas, descobriu-se que as árvores urbanas eram menos sensíveis às altas temperaturas do que suas equivalentes naturais. Essa diferença pode estar relacionada à seleção histórica de espécies mais resistentes para o plantio em cidades, onde o solo é mais pobre e a poluição, maior.

A prática de usar ilhas de calor urbanas como modelo para prever os impactos do clima no futuro tem sido comum entre cientistas. No entanto, o estudo alerta que essa abordagem pode subestimar os efeitos reais, já que as árvores em ambientes naturais tendem a ser mais vulneráveis. David Des Marais, professor do MIT e um dos autores da pesquisa, explica que, embora os gradientes de temperatura urbana sejam uma ferramenta útil, é preciso considerar também a variabilidade genética das espécies analisadas.

Os resultados têm implicações diretas para políticas públicas e projeções climáticas. Relatórios como os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) podem estar baseando suas estimativas em dados enviesados, caso não levem em conta essa diferença entre árvores urbanas e silvestres. A inclusão de análises genômicas em futuros estudos poderia aprimorar a precisão das previsões.

A pesquisa também ressalta a importância de repensar o planejamento urbano. A escolha de espécies mais diversas e adaptáveis poderia não apenas melhorar a resiliência das cidades, mas também fornecer dados mais realistas sobre como a vegetação responde às mudanças climáticas. Enquanto isso, cientistas continuam investigando se o padrão observado nos carvalhos vermelhos se repete em outras espécies, um passo fundamental para entender o verdadeiro impacto do aquecimento global nas florestas.


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