Políticas que incentivem o uso de bicicletas, como a criação de ciclofaixas e ciclovias, estão sendo aplicadas nas grandes metrópoles do mundo e mudando, aos poucos, o padrão de mobilidade urbana. Um exemplo disso é Nova Iorque, nos Estados Unidos, que implantou uma campanha forte para recolocar os ciclistas nas ruas de uma forma mais segura.
No entanto, essa iniciativa produziu um resultado curioso. Segundo o Departamento de Transportes de Nova Iorque, os carros estão se movendo com velocidade maior nas áreas que eram consideradas as mais congestionadas da cidade antes da medida. De acordo com dados de aparelhos de GPS dos táxis da cidade e também de informações da empresa Bloomberg, a velocidade média do tráfego no principal distrito central de negócios de Manhattan tinha aumentado quase 7% desde o ano de 2008.
E com a implantação da infraestrutura para as bicicletas, as ruas tornaram-se menos congestionadas e com mais espaço para os carros acelerarem. O número de deslocamentos de bicicleta aumentou – em 2008, cerca de 756 mil carros entraram em Manhattan; em 2011, esse número chegou a 764 mil, um baixo aumento se for levada em conta a grandeza de Nova Iorque.
Essas informações surgiram de um estudo que também examinou como o calendário poderia afetar a velocidade de tráfego de Manhattan. Isso porque os meses de janeiro, fevereiro, março e agosto foram os mais rápidos; e maio, junho, julho e dezembro, os mais lentos. Mas é preciso fazer uma ressalva: a maior velocidade média foi 14,8 km/h e foi registrada no dia de Natal.
Segundo autoridades, com medidas como corte nos serviços de metrô e ônibus e aumento nas tarifas de trânsito ficou difícil mudar esse cenário. Com base em dados disponíveis mais abrangentes, o Departamento de Trânsito da cidade norte-americana pode constatar que, com a introdução de praças de pedestres e centenas de quilômetros de ciclovias, a velocidade de tráfego se manteve pelo menos estável.
O especialista em transporte Christopher McBride observou que, embora o volume de tráfego esteja bastante consistente, ele diminuiu significativamente no comparativo com cerca de 15 anos atrás, sugerindo que algumas pessoas desistiram de andar de carro. McBride também acrescenta que houve uma melhoria no sistema de sinal de tráfego da cidade para compensar o que ele chama de “impactos negativos de velocidade de tráfego de praças, pedestres e ciclovias”, o que permite que as velocidades permaneçam estáveis.
Outro ponto destacado pelo vice-comissário do Departamento de Tráfego e Planejamento, Bruce Schaller, é que a adição de ciclovias protegidas não foi perturbadora para os motoristas, porque os ciclistas sempre usaram essa parte da pista, que agora é oficialmente para as bicicletas.
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