“As Guerreiras na História Pataxó”: um livro sobre o poder feminino no fortalecimento das tradições indígenas

Para Nitynawã Pataxó, autora do livro, as histórias são melhor contadas por aqueles que as vivenciaram. Em “As Guerreiras na História Pataxó”, Nitynawã narra, através das memórias legítimas de uma mulher Pataxó, os desafios em torno do resgate de sua cultura e identidade, e da proteção da floresta para seus descendentes.

Desde os primeiros registros e documentos históricos do vasto território que hoje chamamos Brasil, os Pataxó sempre se fizeram presentes na defesa e na resistência dos povos originários dessas terras. Habitantes das matas ao pé do Monte Pascoal, na Bahia, foram um dos primeiros indígenas a ter contato com o homem europeu durante a colonização. À memória de perdas e sofrimento, somam-se relatos de força, coragem e determinação, passados na tradição oral, de geração para geração.

Nitynawã é uma filha de Pataxó e cresceu ouvindo as histórias e aprendendo com os anciões de sua aldeia. Inspirada na sua própria vivência e na luta dos indígenas pelo reconhecimento de suas terras e de seus direitos, tomou para si a missão de fundar a Reserva da Jaqueira, uma área pertencente aos Pataxó em meio a uma mata nativa ameaçada. Ao lado de suas irmãs, venceu desafios para unir sua comunidade em torno do sonho de ocupar um espaço sagrado dos seus antepassados, de resgatar sua cultura e identidade como povo originário e de proteger a natureza para as próximas gerações.

Por meio do trabalho da Jaqueira, podemos mostrar que nós, indígenas, temos capacidades perante o mundo externo. Assim, podemos nos fortalecer como grupo e nos adaptar à evolução social e tecnológica pela qual o mundo vem passando, sem nunca deixarmos de ser indígenas.

Em As guerreiras na história Pataxó, Nitynawã nos apresenta uma visão pouco difundida da história do Brasil, narrando a trajetória do seu povo e da criação da Reserva da Jaqueira sob a rara perspectiva de uma mulher indígena e, com isso, nos ensina sobre liderança, resiliência e o poder do feminino.