Aspartame faz mal? Entenda seus efeitos colaterais

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O aspartame é um adoçante sintético que age como substituto do açúcar comum por ter baixa concentração de calorias. Ele é considerado um aditivo alimentar e adoçante não nutritivo (NNS, na sigla em inglês) e é comumente usado em produtos industrializados, principalmente os rotulados como diet, zero açúcar, nenhuma e baixa caloria. 

Cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar, o aspartame é composto por ácido aspártico e fenilalanina — dois aminoácidos de ocorrência natural. Enquanto o ácido aspártico é produzido naturalmente no organismo, a fenilalanina é um aminoácido essencial que é ingerido através dos alimentos. 

E, embora a sua popularidade e seu uso frequente, o aspartame ficou conhecido mundialmente por seus possíveis efeitos adversos à saúde. 

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O que contém aspartame?

Diversos produtos rotulados como “zero açúcar” possuem aspartame em sua composição. Como: 

  • Refrigerante zero açúcar;
  • Sorvete sem açúcar;
  • Suco de frutas com calorias reduzidas;
  • Chiclete sem açúcar;
  • Iogurte light;
  • Doces sem açúcar.
Foto de Blake Wisz na Unsplash

Como o aspartame se decompõe no organismo?

Quando o aspartame é ingerido, ele é decomposto em ácido aspártico e fenilalanina, aminoácidos usados na síntese e metabolismo de proteínas. Além disso, a sua digestão também produz uma pequena quantidade de metanol — um composto comumente encontrado em frutas e vegetais.

De fato, uma pesquisa de 2015 revelou que o consumo de aspartame é a maior fonte de metanol na dieta americana. No entanto, em grandes quantidades, o metanol pode ser prejudicial à saúde. 

No aspartame, o metanol é produzido a partir do aquecimento do aditivo. Porém, o metanol consumido regularmente pode ser um problema, uma vez que se decompõe em formaldeído, um conhecido carcinógeno e neurotoxina, no corpo.

É seguro para o consumo?

Em 1981, o aspartame foi avaliado toxicologicamente pelo comitê científico da FAO e OMS sobre aditivos alimentares (JECFA). Assim, foi estabelecido que a ingestão diária aceitável (IDA) do aditivo é de 40 mg/Kg de peso corpóreo.

Ou seja, é seguro para o consumo em moderação e de acordo com os limites alimentares aprovados pela OMS. 

O uso do aspartame em alimentos é regulamentado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como um aditivo alimentar edulcorante. Além disso, ele também tem o uso aprovado como realçador de sabor para:

  • Gomas de mascar, limite de 0,25 g/100 g;
  • Cremes vegetais e margarinas, limite de 0,075 g/ 100g;
  • Bebidas à base de soja prontas para o consumo, limite de 0,03 g/100 g.

Os limites de uso dos edulcorantes em alimentos constam da Resolução RDC n° 18 de 2008. 

Por que certas pessoas não podem consumir aspartame?

Com a popularização do aspartame, o aditivo foi comumente associado a diversos efeitos adversos à saúde. No entanto, não foi conclusivamente relacionado com efeitos secundários graves ou problemas de saúde na população em geral.

Em vez disso, seu uso não é indicado para pessoas com condições de saúde específicas, como: 

  • Fenilcetonúria: pessoas com fenilcetonúria, uma doença genética, não devem consumir aspartame, uma vez que não são capazes de digerir fenilalanina. Sem a digestão da substância, ela acaba se acumulando no organismo, podendo causar uma série de efeitos colaterais negativos, incluindo danos cerebrais.
  • Discinesia tardia: a discinesia tardia é um possível efeito de medicamentos de esquizofrenia, caracterizado pelos movimentos repentinos, bruscos e involuntários do rosto e corpo. A fenilalanina presente na composição do aspartame pode precipitar os movimentos musculares descontrolados da condição. 
  • Pacientes com doença hepática avançada. 
  • Gestantes com hiperfenilalanina.
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Efeitos do aspartame 

Alguns efeitos colaterais do aspartame incluem: 

Efeitos no peso

Assim como o açúcar, o aspartame contém aproximadamente 4 calorias por grama. Entretanto, como é mais doce que o açúcar, só é necessária uma pequena quantidade da substância para adoçar alimentos e bebidas. Por isso, é popularmente usado como parte de dietas para perda de peso. 

Contudo, uma análise de diversos estudos não encontrou evidências de que os adoçantes de baixa caloria, como aspartame, sucralose e esteviosídeo, fossem eficazes no controle de peso corporal.

De fato, a análise também comprovou que pessoas que consomem adoçantes frequentemente possuem mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes e AVCs.

Efeitos no humor

Uma pesquisa de 2022 observou o efeito deste aditivo em ratos de laboratório. De acordo com os pesquisadores, ratos que foram expostos à água com aspartame exibem um comportamento mais ansioso. A água utilizada continha apenas 15% dos valores da quantidade diária máxima de aspartame recomendada pela FDA (Food and Drug Association) para humanos.

Além disso, esses efeitos também foram observados na prole dos animais por até duas gerações.

Acredita-se que isso foi um resultado da produção de ácido aspártico e fenilalanina, que podem afetar o sistema nervoso central. 

Possíveis riscos 

Algumas pesquisas sugerem que o consumo de aspartame pode aumentar os riscos de: 

  • Certos tipos de câncer; 
  • Diabetes tipo 2;
  • Parto prematuro;
  • Toxicidade nos rins;
  • Doença hepática tóxica;
  • Alterações prejudiciais às glândulas salivares.
Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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