Assoreamento é o processo pelo qual os cursos d’água de corpos hídricos passam a ser ocupados por sedimentos rochosos, bancos de areia, matéria orgânica e inorgânica. Ele acontece principalmente por causa do desmatamento e remoção da vegetação ao redor de corpos d’água, que expõe o material rochoso à erosão da chuva.
A ação das águas em áreas sem vegetação aumenta o depósito de sedimentos acumulados no fundo dos rios e lagos. Por causa disso, o rio e toda a vida nele existente, como peixes e outros animais e a vegetação subaquática, desaparecem em pouco tempo.
Mesmo sendo um processo natural, as ações do homem ao redor dos corpos d’água agravam seus efeitos e podem resultar no desaparecimento dos corpos hídricos. Afinal, esses processos erosivos, causados pela ação humana, derrubam sedimento nos rios. Isso pode atrapalhar o funcionamento correto dos cursos dos rios.
A mata ciliar é toda a vegetação nas margens dos corpos hídricos. Ela é relevante para a manutenção natural de rios e lagos, pois aumenta a capilaridade da água da chuva. Isso faz com que esta penetre o solo com certa lentidão e chegue “filtrada” nos corpos d’água.
Quando atividades humanas como agropecuária, ocupação urbana, agricultura e mineração promovem o desmatamento do entorno de rios e lagos, esses corpos passam a ter uma data de validade menor. A água da chuva começa a erodir a margem rochosa dos rios. Assim, passa a existir o acúmulo de sedimentos onde a topografia é mais baixa: em ribeirões, lagoas, córregos, lagos e leitos dos rios.
Nas áreas com altas taxas de impermeabilização, como as ocupações urbanas, a água que cai passa em alta velocidade, com menor capilaridade e maior poder de processo de erosão. Isso aumenta a chance de assoreamento. Além do material rochoso, também são levados matéria orgânica e resíduos.
Todo esse material diminui a coluna de água e aumenta sua turbidez. Isso impede a fotossíntese e a renovação de oxigênio, inviabilizando a vida ali existente. Em relativamente pouco tempo, todo o corpo hídrico e a vida que existia nele desaparecem, sendo essa uma das maiores consequências do assoreamento. Dessa forma, além de ser abrigo para animais, a preservação da mata ciliar é substancial para a manutenção da vida existente em corpos d’ água.
Além disso, o aumento de volume de água por causa da chuva em regiões de grandes cidades pode se transformar em enchentes urbanas. Esses eventos são consequências do assoreamento.
O processo de assoreamento poderia ser evitado com o melhor uso e conservação do solo, principalmente em áreas frágeis. Retirar a cobertura vegetal das margens do rios, seja por meio de desmatamento ou queimada, é a principal causa de assoreamento de rios e outros corpos d’água. Mas outras atividades, como o plantio no sentido do declive do terreno, não rotacionar culturas e promover o pastoreio intensivo, também são atividades nocivas para os corpos hídricos e a vida que abrigam.
Todas as atividades mencionadas acima diminuem a cobertura vegetal, levando a água a descer para as partes mais baixas da bacia hidrográfica de forma muito veloz, arrastando detritos e causando aumento da erosão na costa. Além de gerar o assoreamento, a ação d’água da chuva na costa desmatada lixivia os nutrientes do solo agricultável. Isso leva à morte não só o rio, mas também todo o solo do entorno.
Nas áreas onde há atividade com potencial de assoreamento, dependendo do caso, a recuperação da mata ciliar pode ser uma forma de prevenção do assoreamento.
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