A ataxia do glúten é uma doença neurológica rara causada pela resposta autoimune do organismo ao consumo da proteína. Após a ingestão, o sistema imunológico passa a atacar o cerebelo, região do cérebro responsável pela coordenação motora, o que impacta a mobilidade humana. Apesar de grave, a condição ainda não é muito estudada e alguns profissionais podem não adotar o diagnóstico.
O glúten é uma proteína encontrada em cereais como o trigo e a cevada. Ele é conhecido por causar problemas intestinais em pessoas com doença celíaca, alergias e dermatite herpetiforme. Pessoas com sensibilidade autoimune ao glúten podem desenvolver ataxia, que caso não tratada, se torna uma condição degenerativa severa.
Quando um indivíduo com ataxia do glúten consome qualquer alimento com a proteína o seu sistema imunológico libera uma série de anticorpos, que erroneamente atacam o cerebelo. Essa ação danifica a região do cérebro responsável pela mobilidade e gradualmente resulta em atrofia cerebelar.
A atrofia cerebelar é resultado do encolhimento do cerebelo, causado pelo ataque constante dos anticorpos. Por ser uma condição recentemente descoberta, a ataxia do glúten é de difícil diagnóstico. Afinal, alguns médicos não aceitam a existência do problema ou simplesmente não têm conhecimento da possibilidade.
Pesquisadores estimam que a ataxia do glúten pode representar 41% dos casos de ataxia sem causa evidente. Entretanto, outros estudos apontam números menores, com a prevalência de 23% em pacientes sem causa aparente.
Os sintomas da ataxia ao glúten são os mesmo de outras formas da condição, eles podem começar leves e evoluir com o tempo. Por exemplo: você começa tendo dificuldades de se equilibrar em pé ou tropeça com frequência. Depois de um tempo, com a progressão dos sintomas, a pessoa passa a andar ou falar como se estivesse bêbada a todo momento.
Os sinais de ataxia do glúten são:
Quanto mais cedo a condição for diagnosticada, mais rápido começa o tratamento, que impede os sintomas de avançarem. Por isso, se você notar que se enquadra nas características citadas acima, converse com um profissional da saúde para entender o que está acontecendo e qual melhor forma de tratar o problema.
Para diagnosticar a ataxia do glúten é preciso realizar exames sanguíneos para pessoas com sensibilidade celíaca e não celíaca. Os testes tem o objetivo de identificar os anticorpos:
Se você suspeita que está com a ataxia causada pelo glúten, evite cortar o consumo da proteína dias antes dos exames. Essa ação pode gerar resultados incorretos. O profissional de saúde também pode lhe encaminhar para um neurologista. Antes de diagnosticar o quadro, ele irá eliminar a possibilidade de outros tipos de ataxia, como a atrofia multissistêmica.
Por ser uma condição descoberta a relativamente pouco tempo, o médico pode solicitar que você adote uma dieta livre de glúten para saber se o quadro está sendo causado pelo consumo da proteína. Apesar de alguns sintomas irem diminuindo com o tempo, a recuperação da ataxia do glúten costuma durar pelo menos dois anos.
Além da terapia complementar, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo e neurologista, a ataxia do glúten é tratada com dieta gluten-free. Mesmo existindo poucas pesquisas na área, um estudo de 2017 concluiu que este tipo de alimentação pode aumentar a função cerebral em pessoas que sofrem com a condição neurológica.
O tratamento ocupacional da ataxia do glúten serve para que a pessoa saiba lidar com os sintomas de mobilidade reduzida. Além disso, o indivíduo pode se beneficiar do uso de andadores e bengalas, que ajudam a prevenir quedas. Especialistas na doença autoimune também ajudam com técnicas para impedir o engasgamento ou inalação de alimentos.
Sem o tratamento, a ataxia do glúten pode evoluir drasticamente e os sintomas tornam-se permanentes. Por isso, procure ajuda médica assim que notar os primeiros sinais da doença. Lembre-se de conversar com um profissional antes de iniciar qualquer tipo de dieta livre de glúten.
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