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Assim como seres humanos, mamíferos marinhos estão inalando microplásticos

Um estudo publicado na revista Plos One na semana passada revelou, pela primeira vez, a presença de microplásticos na respiração de golfinhos. Segundo a publicação, os animais marinhos são expostos às micropartículas de plástico ao subirem para a superfície do oceano para respirar. 

Os cientistas dos Estados Unidos coletaram informações de amostras de ar exalado de golfinhos-roaz em dois locais: Sarasota Bay, na Flórida, um estuário urbano, e Barataria Bay, em Louisiana, um local rural. Foram encontrados microplásticos no ar exalado de todos os 11 golfinhos estudados, o que levou os especialistas a acreditar que os plásticos inalados estavam no ar.

“A inalação de microplásticos em humanos é um campo em desenvolvimento, mas existem poucos estudos na vida selvagem (…) O fato de os golfinhos terem uma capacidade pulmonar muito maior e respirarem profundamente pode significar que estão expostos a doses mais elevadas de microplásticos do que os humanos”, disse Leslie Hart, co-autora do estudo e especialista em saúde pública.

Golfinho morre por causa de tira de chinelo presa ao focinho no litoral de São Paulo

Estudos anteriores já confirmaram a existência do microplástico nos cantos mais remotos do mundo — de desertos até o Monte Everest. 

E, embora a presença desse material já seja considerada comum no ambiente aquático e no organismo dos animais que habitam esses ecossistemas, o novo estudo é o primeiro a revelar a sua presença na respiração de mamíferos aquáticos. 

Além disso, a pesquisa também revelou os tipos de plástico presentes nos golfinhos, o que pode identificar a possível origem das partículas. Foi observado que a maioria dos microplásticos encontrados nas amostras eram de poliéster, um polímero comum usado na fabricação de roupas, que libera grandes quantidades de partículas durante a lavagem doméstica. 

Maquina-de-lavar-roupa
Lavar roupa libera microplásticos?

“Descobrimos que os golfinhos podem respirar microplásticos, mesmo que vivam em áreas rurais longe de altos níveis de atividade humana. Isto demonstra que estas partículas estão por toda parte, independentemente da urbanização e do desenvolvimento humano”, disse a co-autora Miranda Dziobak, cientista ambiental.

De fato, entre os dois locais em que foram coletadas as amostras, o local rural foi apontado como o que mais continha microplásticos — o que confirma a teoria de que as partículas viajam pelo ar. 

Os autores do estudo pretendem fazer mais pesquisas sobre a inalação de microplásticos em golfinhos para compreender os tipos de plástico aos quais os animais estão expostos e os potenciais riscos para a saúde das espécies. 


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