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Claudia Kimie Suemoto explica que a leitura, a prática de algum instrumento ou mesmo a atividade física desenvolvem ainda mais a reserva cognitiva

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Por Jornal da USP A escolaridade está diretamente relacionada com a proteção da função cognitiva humana. Pesquisa realizada pelo Laboratório de Fisiopatologia no Envelhecimento (Gerolab) da Faculdade de Medicina, publicada na revista Alzheimer’s & Dementia, observou 1.023 indivíduos com diferentes níveis de escolaridade e também analisou se havia relação entre a ocupação profissional e a cognição. Claudia Kimie Suemoto, professora da disciplina de Geriatria do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, esclarece alguns pontos do estudo ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Algoritmo computacional associado a eletroencefalografia se mostra eficaz no diagnóstico de Alzheimer

“A gente chama esse tema de reserva cognitiva e isso é avaliado a partir do quanto a pessoa estudou e o quão complexa é a atividade ocupacional que ela exerce durante a fase adulta”, explica Claudia, que lembra o pioneirismo do estudo da USP no Brasil em relacionar os efeitos da escolaridade e da ocupação ao desenvolvimento cognitivo humano. É um dos poucos estudos que pesquisaram o tema em países em desenvolvimento, já que, segundo Claudia, a maioria das pesquisas nessa linha vem dos Estados Unidos e da Europa, onde as realidades de escolaridade e ocupação são muito diferentes. “A educação média desse estudo é de apenas quatro anos, enquanto no sul europeu não é raro se encontrar uma média de 16 anos”, destaca.

O estudo se empenhou, portanto, em responder à questão de se era possível “levar alguma proteção ao cérebro contra lesões associadas à demência”, diante da realidade brasileira de uma média menor de escolaridade e exercício de ocupações menos complexas. Claudia destaca que, quanto mais escolaridade, maior é a proteção conferida às funções cognitivas. “A gente não viu nenhum benefício da atividade complexa ocupacional durante a vida adulta”, revela.

Educação e Políticas Públicas

Para Claudia, o investimento e fomento de políticas públicas em educação nos anos iniciais é essencial para a proteção das atividades cognitivas, como linguagem, habilidades de raciocínio, função executiva, entre outras, além da prevenção de lesões cognitivas ao longo da vida. “Cada vez mais a gente tem evidências de que a escolaridade melhora uma série de fatores que previnem doenças no futuro”, ressalta Claudia.

Atividades físicas e sociais protegem o cérebro de danos do Alzheimer

Além da educação, Claudia explica que qualquer atividade intelectual estimulante desenvolve ainda mais a reserva cognitiva, como a leitura, a prática de algum instrumento ou mesmo a atividade física. “Quanto maior a sua reserva cognitiva, mais lesões você consegue enfrentar”, explica. Para acessar o estudo completo clique aqui.


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