Apesar de contribuírem com cerca de 2% dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera, o aumento dos voos comerciais pode fazer com que os aviões sejam motivo de preocupação no futuro
Já escutou a expressão “o mundo está ficando cada vez menor”? Antigamente, muitas pessoas diziam essa frase para contextualizar os avanços tecnológicos que permitiram a locomoção de pessoas entre grandes distâncias a velocidades maiores e, consequentemente, em menos tempo.
Um exemplo disso é o famoso avião Concorde, que se destacou por ser uma aeronave civil capaz de ultrapassar a barreira do som. De fabricação britânica e francesa, o Concorde teve uma vida comercial útil de 27 anos (1976-2003), mas acabou tendo sua produção cancelada devido a problemas relacionados à crise do petróleo dos anos 1970 e questões ambientais, como elevado ruído ao ultrapassar a barreira do som e poluição atmosférica.
Contudo, o cancelamento da fabricação da aeronave não gerou uma tendência mais sustentável na produção de aviões comerciais. Apesar de vários estudos e testes visando implementar combustíveis menos nocivos ao ambiente, ainda não se pode dizer que andar de avião seja sustentável. Os motivos que nos levam a isso podem ser muito mais de ordem comercial, mas geram um cenário preocupante para o futuro.
O perigo do aumento de viagens aéreas
Os aviões podem contribuir com apenas cerca de 2% dos gases de efeito estufa que aquecem a atmosfera. Contudo, são uma das fontes de crescimento mais rápido. Segundo uma matéria publicada no site da Scientific American, o ato de queimar querosene e outros combustíveis usados na aviação para o funcionamento dos motores a jato de energia e hélices, faz das emissões de dióxido de carbono responsáveis por uma grande poluição atmosférica.
Também é destacado que o CO2, além de vapor de água e similares, é depositado no alto da atmosfera, contribuindo de forma mais eficaz para o aquecimento global. Diante disso, no segundo semestre de 2013, a Organização da Aviação Civil Internacional, a ICAO, (uma agência especializada da ONU) concordou com um plano para conter as emissões de poluentes. Porém, já foi declarado que o plano não terá efeitos efetivos até 2020.
Enquanto as empresas aéreas atrasam a adesão de aeronaves mais sustentáveis, projetos interessantíssimos pululam em vários países – esse é o caso do Volt Air, por exemplo. Portanto, não faltam boas ideias a serem patrocinadas pelas grandes empresas para tornarem os voos menos poluentes. Afinal, não adianta viver em um mundo menor se ele não for saudável.