Autoconhecimento: o que é e dicas para desenvolver

Compartilhar

O autoconhecimento é um processo de aprendizado de longo prazo, que pode durar a vida toda. Na filosofia, autoconhecimento se refere à consciência das próprias sensações, crenças, pensamentos e valores. Pelo menos desde Descartes, a maioria dos filósofos acredita que o conhecimento de nossos estados mentais difere muito do nosso conhecimento do mundo externo.

Segundo a psicologia, autoconhecimento é um conceito utilizado para descrever as informações que um indivíduo obtém quando encontra as respostas para uma pergunta-chave: “Quem sou eu?”. Popularmente, é um processo que envolve uma compreensão mais profunda sobre nossos sentimentos e a maneira como nos comportamos ou nos posicionamos diante do mundo.

O autoconhecimento é uma oportunidade de olhar para dentro de nós mesmos com mais atenção. Sua importância está justamente em fortalecer a autoconfiança para fazer escolhas melhores e atingir propósitos de vida. Mas ainda fica a dúvida: como se autoconhecer?

A importância do autoconhecimento na vida profissional

O autoconhecimento é componente-chave da inteligência emocional, que é uma característica valiosa no local de trabalho. Nesse ambiente, é importante conhecer a si mesmo: sua personalidade, seus pontos fortes e, sobretudo, seus pontos fracos. Confira alguns benefícios do autoconhecimento na vida profissional.

Lidar melhor com o estresse

O autoconhecimento leva você a descobrir o que pode estar aumentando seu nível de estresse ou raiva. Assim, você poderá reagir com mais calma quando esses sentimentos aparecerem.

Gerenciar melhor o tempo

Autoconhecer-se implica saber quando e como se trabalha melhor. Se você sabe que tem muita energia pela manhã, por exemplo, planeje fazer suas tarefas mais cansativas nesse horário.

Caso perceba que não tem um desempenho tão bom quando há distrações no ambiente, prefira trabalhar em locais mais silenciosos ou invista em fones de ouvido com cancelamento de ruído.

Entender o impacto de suas emoções sobre os outros

O autoconhecimento beneficia também todos os que convivem com você. Conhecer bem o seu humor e suas emoções pode ajudá-lo a entender como eles impactam os outros.

Se você está se sentindo estressado, por exemplo, deve estar ciente do que fazer para minimizar os efeitos do seu estresse sobre outras pessoas.

Receber melhor feedbacks não tão positivos

Lidar com uma crítica pode ser difícil. Um dos benefícios do autoconhecimento é que, provavelmente, você já sabterá qual é o feedback antes que ele chegue e estará mais aberto a recebê-lo. Além disso, vai entender exatamente o que fazer com as críticas construtivas e aprender com elas.

10 dicas para desenvolver o autoconhecimento

1. Reserve um tempo para você

A vida moderna é tão cheia de compromissos e afazeres que, às vezes, o autocuidado parece egoísmo ou perda de tempo. No entanto, se não tiver tempo para si mesmo, você não será capaz de dar tudo de si quando estiver no trabalho ou com os amigos e familiares. Você também não vai conseguir se conhecer. Tente reservar de 30 a 60 minutos por dia para entrar em contato com seus pensamentos e sentimentos.

2. Faça terapia

Há uma série de práticas terapêuticas que você pode adotar no seu processo de autoconhecimento, das tradicionais às alternativas. Fica a seu critério estabelecer a mais adequada para o seu objetivo ou suas crenças. Na psicologia, cada profissional segue uma linha psicoterapêutica: cognitivo-comportamental, behaviorista, humanista, analítica, entre outras.

Se preferir a psicanálise, existem as linhas freudiana, lacaniana, winnicottiana e junguiana. Você também pode optar pela terapia holística, uma modalidade da medicina alternativa. A terapia holística trabalha com uma série de práticas, como a ayurveda, florais, cromoterapia, aromaterapia, reiki, acupuntura e muitas outras.

3. Pratique mindfulness

Mindfulness é um tipo simples de meditação que requer foco no aqui e agora. Com essa prática, você notará que pensamentos e sentimentos surgirão conforme você tenta se concentrar apenas em seu ambiente e no momento presente. Não tente bloquear esses sentimentos – em vez disso, registre-os depois em uma folha de papel, no celular ou no computador.

Se de repente ficar ansioso com uma prova, por exemplo, diga a si mesmo: “Estou me sentindo ansioso com a prova de amanhã”, sem julgar seus pensamentos. Então, gentilmente “puxe” sua mente de volta ao presente. Este exercício o ajudará a identificar seus pensamentos e sentimentos, ao mesmo tempo que o ensinará a administrá-los com calma.

4. Escreva um diário

Escrever é uma ótima maneira de assimilar pensamentos e refletir sobre problemas e questões pessoais. Ao manter um registro de seus pensamentos e sentimentos, você também poderá acompanhar o seu crescimento. Tente escrever algumas frases todos os dias sobre como você se sente naquele momento. Essa prática pode ajudá-lo a se manter em sintonia com seu próprio eu e o colocará no caminho do autoconhecimento.

5. Aprenda a ouvir

Tente ser um ouvinte melhor para amigos, família e colegas. Para isso, você deve estar presente de corpo e alma e prestar atenção nas palavras, emoções e até mesmo na linguagem corporal do interlocutor, sem fazer julgamentos ou mergulhar em seu próprio mundo. Ao aprender a dar ouvidos aos outros, você também se tornará um ouvinte melhor de sua voz interior.

6. Assimile críticas e elogios

Às vezes, nossa atenção está tão concentrada no ego que não conseguimos ouvir abertamente quando alguém nos elogia ou critica de forma construtiva.

Preste atenção no retorno que seus amigos, familiares e colegas de trabalho lhe dão sobre seu comportamento, suas tendências e características mais marcantes.

O que é óbvio para os outros pode não ser para nós mesmos, e compreender a impressão que causamos no próximo é uma etapa importante do autoconhecimento.

7. Leia ficção de alta qualidade

Bons escritores também são bons observadores do mundo. E é essa capacidade de perceber detalhes sutis e características da vida que lhes permite recriá-la em seu trabalho. Os melhores escritores são observadores experientes da natureza humana em particular.

Eles são capazes de notar pequenos detalhes de pensamentos, emoções, desejos e ações que a maioria de nós não capta em meio ao ritmo frenético da vida. Ao descrever detalhadamente personagens, a boa ficção nos ensina a pensar sobre as pessoas com cuidado e com compaixão. E, quanto mais observarmos os outros, mais rápido desenvolveremos o autoconhecimento.

8. Tenha empatia

Colocar-se no lugar do outro é fundamental para desenvolver o autoconhecimento. Se você se sentir incomodado com o comportamento alheio, pare e pense: por que me sinto assim?

Muitas vezes, o que nos incomoda no outro é o que nos falta ou justamente o que também temos em excesso. Refletindo sobre isso, você saberá identificar os próprios defeitos e qualidades, além de aprender a se relacionar melhor com as pessoas.

9. Abuse de ferramentas de autoconhecimento

Esta é uma das etapas mais interessantes e divertidas do processo de autoconhecimento, porque é onde você escolhe a(s) ferramenta(s) de acordo com seus valores, crenças e objetivos. Astrologia, numerologia, tarô, testes de personalidade, eneagrama: tudo é válido nessa hora, se você acreditar.

Uma boa dica é o teste das 16 personalidades, baseado nos tipos psicológicos do suíço Carl Gustav Jung, psicoterapeuta, psiquiatra e fundador da Psicologia Analítica. Outra boa ideia é a yoga. Embora trabalhe com o corpo, a yoga é também uma prática meditativa, que equilibra a energia vital e pode ajudá-lo a conectar-se com seu eu interior.

10. Cerque-se de pessoas boas

Alguns amigos e parentes podem ajudá-lo a despertar o que você tem de melhor, enquanto outros impedem sua expressão e autodescoberta. Embora você provavelmente possa aprender algo com todos eles, sua jornada de autoconhecimento provavelmente será mais fácil se a maioria das pessoas com quem você se relaciona estiver preocupada com o seu bem-estar, deixando-o livre para seguir seu próprio caminho.

Isabela

Redatora e revisora de textos, formada em Letras pela Universidade de São Paulo. Vegetariana, ecochata na medida, pisciana e louca dos signos. Apaixonada por literatura russa, filmes de terror dos anos 80, política & sociedade. Psicanalista em formação. Meu melhor amigo é um cachorro chamado Tico.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais