Autofagia: como funciona e importância do processo

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A autofagia é um processo corporal responsável por coletar as células danificadas e mortas e utilizá-las para produzir mais tecido. As células são a base do corpo humano, com o tempo elas envelhecem e param de funcionar, ou ficam danificadas. Por isso, a autofagia é usada pelo organismo como forma de reciclar esse material e criar novas células saudáveis.

O acúmulo de células danificadas no organismo reduz ou previne que um conjunto celular funcione de forma correta. A autofagia funciona como um controle de qualidade. A palavra autofagia vem do grego, auto significa “próprio” e a fagia “comer”. Ou seja, o termo faz referência ao “canibalismo”, como se as células canibalizassem a si mesmas para eliminar os resíduos nocivos e produzir mais tecido saudável.

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Qual a importância da autofagia?

No corpo humano, a autofagia é um processo importante para a sobrevivência e funcionamento das células. Durante esse processamento acontece:

  • A reciclagem de células danificadas, transformadas em células saudáveis;
  • O descarte de partes não funcionais das células, que têm reduzido a performance do organismo;
  • A destruição de patógenos presentes nas células danificadas, como vírus e bactérias;
  • Desaceleração do envelhecimento, já que as células oxidadas são descartadas;

Quais os benefícios da autofagia?

O benefício mais famoso da autofagia é seu efeito anti-envelhecimento. Afinal, o processo contribui para a criação de células novas e saudáveis, eliminando aquelas que estão danificadas, oxidadas e estressadas. Isso contribui para prolongar a vida útil do tecido que forma os órgãos.

Além disso, a autofagia é utilizada pelo corpo como uma forma de sobreviver à fome. Quando não é possível conseguir a energia necessária através da comida, o organismo começa a canibalizar as próprias células mortas para se manter ativo. Entretanto, essa atividade não continua para sempre, é apenas uma forma de oferecer mais tempo para o indivíduo conseguir se alimentar. 

Um estudo, de 2020, mostrou que existe uma conexão entre a autofagia e a saúde do fígado. De acordo com os pesquisadores, a canibalização das células permite que o órgão seja protegido dos danos causados pelo consumo de drogas e álcool.  

Uma outra análise, focada nos efeitos da autofagia no fígado, revelou que o processo tem função fundamental no funcionamento do órgão. Assim, ajuda a prevenir o avanço de diversas condições, como doença de Wilson, lesão hepática aguda, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença hepática crônica relacionada ao álcool.

Outros estudos têm tentado entender se a autofagia pode ter relação com o câncer. Em uma pesquisa, de 2019, os estudiosos descobriram que, ao mesmo tempo que essa canibalização contribui para diminuir células cancerígenas, ela também pode promover o crescimento do tumor. No entanto, essas informações ainda são iniciais e precisam de análises mais aprofundadas.

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Mais benefícios da autofagia:

  • Elimina as toxinas e agentes infecciosos do organismo através da influência no sistema imunológico; 
  • Pode contribuir para o tratamento de doenças neurodegenerativas e infecciosas por meio do controle da inflamação;
  • Protege as células da invasão de micróbios;

Como acontece a autofagia?

As proteínas são responsáveis por facilitar a autofagia. Elas formam uma estrutura conhecida como autofagossomas, que carregam as células danificadas para uma parte celular chamada de lisossoma. Essa parte tem o papel de digerir e quebrar o tecido nocivo.

Ou seja, uma parte da célula começa a canibalizar outras partes. Isso em prol de descartá-la e livrar o organismo da morte celular e dos possíveis danos que podem surgir com isso. Depois de digerir o tecido, o lisossoma libera os resíduos que ainda podem ser reutilizados, e que serão transformadas em novas células. 

A autofagia pode ser induzida? 

O processo de autofagia consiste na canibalização da própria célula de suas partes que não funcionam mais. Essa é uma das formas que o organismo encontra para garantir a sobrevivência desses tecidos quando não existe fonte de energia o suficiente para que eles funcionem de forma eficiente.

Sendo assim, é possível induzir a autofagia através das seguintes técnicas:

  • Jejum: a pessoa para de comer por um período de tempo, privando o corpo de nutrientes e forçando a obtenção de energia por meio da autofagia das células;
  • Restrição calórica: reduzir o consumo de calorias diminui a produção de energia do corpo humano, o fazendo entrar em estado de autofagia para compensar os nutrientes perdidos;
  • Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos: este tipo de dieta, como a dieta cetogênica, muda a forma como as pessoas queimam calorias. Logo, o corpo deixa de queimar carboidratos e açúcar e passa a queimar gordura para produzir energia. Essa mudança libera a autofagia das células;
  • Exercícios: a prática de atividade física aumenta o estresse dos músculos esqueléticos, o que induz a autofagia, dependendo da intensidade do exercício;

É importante pontuar que, mesmo que você possa, não significa que você deva praticar a indução da autofagia. Existem poucos estudos sobre os efeitos dessa prática, e algumas pesquisas mostram que ela também está relacionada a problemas na saúde. Como uma pesquisa, de 2017, que associa a autofagia à morte de células no coração e o desenvolvimento de doenças cardíacas. 

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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