O axolote, também conhecido como axolotl ou salamandra mexicana, é um anfíbio de nome científico Ambystoma mexicanum. Originalmente encontrado no México, o anfíbio ficou conhecido mundialmente a partir de 1864, após as primeiras espécies encontradas serem levadas à Paris. Após a data, europeus começaram a cultivar o animal, que se reproduz facilmente em cativeiro.
Na natureza, o axolote é majoritariamente encontrado em cores escuras que variam entre o marrom e o preto. A sua aparência rosada ou branca é um resultado de sua criação em cativeiro. Contudo, o animal raramente é encontrado na natureza por conta de seu estado — a salamandra mexicana está ameaçada de extinção de acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A sua característica mais marcante é de que os axolotes não passam pelo processo de metamorfose, comum em outros anfíbios — que desenvolvem pulmões e pernas para andar pela superfície. Desse modo, é um animal neotênico, pois conserva durante toda sua a vida o seu estado larval e juvenil.
Os axolotes, assim, são considerados animais aquáticos de água doce, com guelras, pés palmados, barbatanas dorsais e caudas. A criatura neotênica é carnívora, com uma dieta que consiste em peixes pequenos, moluscos, artrópodes, ovos de salmão, zooplâncton ou larvas terrestres.
Além do que já foi citado, os axolotes possuem outras características típicas. Algumas delas são:
Diversos fatores foram responsáveis pela diminuição da população de axolotes, como a perda de habitat derivada da urbanização do México, poluição da água e espécies invasoras. Anteriormente, a espécie podia ser encontrada em dois lagos da região da Cidade do México, porém, agora o seu único habitat natural consiste do lago Xochimilco.
Segundo o Vox, a destruição do habitat dessa espécie de salamandra começou na invasão espanhola durante o processo de colonização do México. Durante esse período, a liberação de produtos químicos e esgoto para os cursos de água locais foram responsáveis pela mudança do ecossistema. Desde então, a presença de fertilizantes e outros químicos sintéticos apenas aumentou, contribuindo para a diminuição da população da espécie.
Similarmente, o aquecimento global também possui parte da responsabilidade no declínio populacional da salamandra. As secas decorrentes do fenômenos climático aumentaram em todo o território mexicano, eliminando até mesmo todo um habitat natural para o axolote, o Lago Texaco.
O anfíbio entrou na lista da IUCN em 2006. Contudo, em 2019, ecologistas estimaram que existam apenas 50 a mil desses animais na natureza.
Entretanto, a criação do axolote para animal de estimação é permitido em diversos países, onde em alguns casos, essas espécies de cativeiro foram introduzidas à habitats naturais para suplementar a população selvagem.
O governo mexicano e ONGs trabalham na conservação desses animais, em parte pela restauração de seus habitats e pelo investimento no ecoturismo, que encoraja viajantes a assistirem os axolotes na natureza. Entre os planos de conservação, estão a criação de chinampas — sistemas agrícolas tradicionais construídos por povos mesoamericanos em áreas alagadas.
Muitos anfíbios são capazes de regenerar membros e caudas, porém, os axolotes conseguem ainda mais. Essas salamandras são reconhecidas pela sua capacidade de reparação completa de órgãos, pele, medula espinhal e até partes do cérebro. Essa habilidade os tornam objetos de estudo na comunidade científica para avanços na medicina regenerativa.
Embora pesquisas iniciais tenham sido interrompidas pela falta de ferramentas científicas, novos estudos como um realizado no MDI Biological Laboratory no Maine, estão possibilitando a exploração e desenvolvimento do que é necessário para prosseguir com as pesquisas. Acredita-se que a partir disso, o laboratório poderá ser o epicentro global na pesquisa com axolotes.
A maioria das pesquisas são focadas na regeneração das caudas e membros desses animais, porém, com o desenvolvimento das ferramentas, a oportunidade de estudo da formação de órgãos estará aberta. Essas pesquisas têm o propósito de auxiliar na saúde humana, que, diferentemente dos anfíbios, conta com a cicatrização.
Apesar dessa capacidade de regeneração ser incrível, ela também é limitada. Acredita-se que os animais conseguem regenerar um único membro até cinco vezes. A partir disso, um processo de cicatrização substitui a formação de novos tecidos.
No Brasil, não há permissão para criação e compra de axolotes como animais de estimação. Além disso, esses anfíbios podem ser muito caros, com preços que variam entre R$ 100 a R$ 400.
Por conta de sua pouca disponibilidade na natureza, muitos outros países proíbem a exportação e venda desses animais.
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