Calor extremo do verão de 2022 aumentou a inflação alimentar na Europa em 0,43-0,93 pontos percentuais, cujo aquecimento projetado para 2035 amplificaria em 30-50%
Uma pesquisa publicada na revista científica Nature, lançou luz sobre os padrões complexos que regem a inflação em economias ao redor do mundo. O estudo, conduzido por uma equipe internacional de economistas e analistas de dados, oferece novas perspectivas sobre os fatores subjacentes à inflação e suas implicações para políticas econômicas.
Analisando conjuntos de dados extensos e empregando técnicas avançadas de modelagem estatística, os pesquisadores identificaram padrões recorrentes e tendências emergentes na dinâmica da inflação global. Uma das descobertas do estudo é a influência significativa das mudanças climáticas na inflação.
Segundo o estudo, as pressões são maiores em latitudes baixas e apresentam forte sazonalidade em latitudes altas, com pico no verão. Por último, o calor extremo do verão de 2022 aumentou a inflação alimentar na Europa em 0,43-0,93 pontos percentuais, cujo aquecimento projetado para 2035 amplificaria em 30-50%.
Os pesquisadores descobriram evidências de que eventos extremos, como secas prolongadas e tempestades devastadoras, podem desencadear pressões inflacionárias significativas, especialmente nos setores agrícola e de alimentos.
Já foi possível vivenciar esse cenário com o aumento do preço do azeite aqui no Brasil, por exemplo. Em um ano, o preço de uma garrafa teve um acréscimo de 45,46%, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE). Isso ocorreu em decorrência da escassez de chuvas gerada pelo aumento da temperatura nas plantações de oliva na Europa.
Embora o estudo forneça insights valiosos, é preciso destacar a complexidade do fenômeno da inflação e a necessidade de abordagens multidisciplinares para sua compreensão completa. A inflação é influenciada por vários fatores interconectados, e compreender suas nuances requer uma abordagem holística.