Entenda a importância, localização, características e problemas ambientais da Bacia Amazônica
A Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo, tendo uma área de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados e banhando cerca de sete países da América do Sul: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Guiana. A Bacia Amazônica sempre foi de grande importância para os povos originários. Eles se desenvolveram em torno de suas várzeas, seguindo o curso de rios e ocupando as margens de lagos. Hoje em dia, além do valor para as populações tradicionais, ela tem valor socioeconômico e ecossistêmico, sendo importante para a manutenção da biodiversidade.
Localização da Bacia Amazônica
A Bacia Amazônica engloba desde sua nascente, na região dos Andes (no Peru), passando pelo estado do Amazonas, até o seu deságue no Oceano Atlântico pelo Rio Amazonas (no Pará), tendo uma vazão média de 210 mil m³/s. Para um melhor entendimento, veja o mapa, onde a Bacia do Rio Amazonas está representada de amarelo:
As partes que ocupam o território brasileiro fazem parte da Região Hidrográfica do Amazonas. O Rio Amazonas é o principal e maior corpo hídrico da Bacia Amazônica, tendo outros rios de grande importância, como os rios Negro, Solimões, Tapajós, e Trombetas. Seus rios são cercados pela floresta amazônica, que apresenta uma rica biodiversidade e ajuda na prevenção de processos de erosão e assoreamento.
Características da Bacia Amazônica
Essa bacia é tão extensa que suas águas apresentam diferentes propriedades, visto que drenam diferentes tipos de rochas de variadas localidades (os escudos cristalinos brasileiros, a planície amazônica e a Cordilheira dos Andes). Com isso, ela possui águas brancas, pretas e claras, apresentando diferentes propriedades físico-químicas.
A bacia amazônica apresenta em grande parte uma região plana sem um relevo muito acidentado e com grandes fluxos de água. Esses fluxos também apresentam períodos de cheias e vazantes, tendo grandes áreas que são periodicamente inundadas (várzeas), sendo suas terras muito utilizadas para a agricultura.
Importância dos rios da Bacia Amazônica
Por ter uma grande parte da região plana, sem apresentar um relevo muito acidentado e com grandes fluxos de água, a bacia amazônica tem uma grande importância para a navegação e comunicação. Outra grande importância dessa bacia é a quantidade de água evaporada para a atmosfera, que contribui para o regime de chuvas local.
Ela também é consumida pela população, indústrias e setor agropecuário. Além disso, a bacia amazônica é de grande importância para as populações tradicionais que lá residem, como os indígenas, ribeirinhos e quilombolas, que muitas vezes consomem os recursos hídricos que o rio lhes oferece.
Os povos amazônicos se utilizam dela há pelo menos 17 mil anos e, desde então, produzem conhecimentos e vivências com o solo, florestas, rios, lagos e lagunas. Somado a isso, grande parte desses povos se desenvolveu ao redor desses corpos hídricos, dependendo de seus ciclos e biodiversidade.
Problemas ambientais
Contudo, muitos rios da bacia amazônica ainda passam por diversos problemas ambientais associados ao crescente desmatamento, ocupação e aproveitamento dos recursos naturais existentes em seu território.
Nos anos 70, um grande esforço foi posto para a ocupação e integração da região norte ao resto do Brasil. Com isso, foram construídas diversas hidrelétricas na amazônia, que muitas vezes foram mal planejadas, influenciando no dia a dia de diversas populações tradicionais, inundando uma vasta área terrestre e alterando vários ciclos da vida aquática .
Além de danos sociais, essas construções, quando mal planejadas e instaladas, poderão ser responsáveis por um contingente considerável de emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.
Isso acontece pois os sedimentos nos rios, com a diminuição do fluxo de água que a usina gera a seu montante (no trecho acima dela), são acumulados em seu fundo. Essa dinâmica facilita os processos biogeoquímicos que irão liberar os gases de efeito estufa desses sedimentos para as águas e, ao passarem pelas turbinas da hidrelétrica, irão ser lançados para a atmosfera.
Em um estudo sobre a hidrelétrica de Balbina foi constatado que, se dividirmos o total de gases de efeito estufa pela energia produzida, ela tem um aproveitamento dez vezes pior do que uma termelétrica. Contudo, quando bem planejadas e construídas, essas usinas são tão eficientes quanto uma usina eólica.