A Bacia do rio Orinoco é um extensa bacia internacional, sendo ela a principal bacia hidrográfica da Venezuela. Por onde passa, ela desempenha um importante papel tanto para a economia, quanto para a biodiversidade local.
A bacia do rio Orinoco tem como principal rio o Orinoco, que é o maior rio da Venezuela, tendo sua nascente na Serra de Parima, indo até sua foz no Golfo de Paria (Oceano Atlântico Norte), podendo desembocar em grandes lagos, como o lago de Valência.
A Colômbia é um país que também possui as águas dessa bacia, sendo ela a terceira maior da América do Sul, ficando atrás apenas da Bacia Amazônica e da Bacia da Prata. Ela tem uma área de cerca de 1.032.524 km², onde 388.101 (37,6%) estão na Colômbia e 644.423 (62,4%) na Venezuela, cobrindo 70,6% do território da Venezuela, e 34% do território colombiano.
Orinoco é uma palavra de origem indígena, que foi batizado pelo grupo já extinto, Otomaco. Esse grupo vivia no território venezuelano, e chamavam o rio de Orinucu.
A bacia do rio Orinoco pode ser dividida em três relevos principais, que influenciam os diversificados tipos de correntes fluviais vistas no percurso da bacia. Com isso, há o planalto das Guianas (à direita do rio principal), a planície (no meio) e os Andes (à esquerda do rio principal), além das regiões do Alto Orinoco, Médio Orinoco e Baixo Orinoco.
No Alto Orinoco, o rio nasce no sul do Maciço das Guianas, na Serra de Parima, a cerca de 1.047 km de altitude, recebendo afluentes dessa mesma região (do Maciço das Guianas). Durante a sua rota, o rio faz uma conexão com o Rio Negro (afluente do rio Amazonas), servindo como canal de navegação entre as duas das maiores bacias hidrográficas do mundo.
Chegando no Médio Orinoco, os rios são caracterizados pelas fortes corredeiras, que dificultam a navegação contínua, sendo muito presentes na região estradas para evitar o transporte fluvial. O fluxo do rio é intensificado pelos grandes rios que chegam na margem esquerda do rio Orinoco, que vêm em sua maioria da região da Cordilheira dos Andes.
Já a região onde está localizada a baixada ou planície de inundação, é caracterizada pela baixa inclinação de seus rios, e pela intensa quantidade de precipitação durante a estação chuvosa. Os corpos hídricos ali presentes, vão ao encontro com as águas do rio Orinoco, e, pela baixa declividade do relevo, promovem o transbordamento dos leitos fluviais e inundam centenas de km² durante todo o ano.
Esse transbordamento, por mais que pareça insignificante, desempenha um papel ecológico importante para os ciclos ecológicos presentes na região e para a biota desse ambiente.
No Baixo Orinoco, que engloba a foz do rio Apure até o rio Manapire, há uso para a navegação. Nesse recorte, o Rio Orinoco volta a receber principalmente os rios vindos do Maciço das Guianas, que pelo seu forte fluxo, carregados de grandes energias, serão utilizados em usinas hidrelétricas, que fornecem energia para a exploração de recursos naturais da área, como a mineração de ferro e alumínio.
Chegando no Delta do rio Orinoco (sua foz), há um imenso leque cujo o arco mede cerca de 300 km, ligando 12 canais para o Oceano Atlântico Norte.
Os maiores afluentes do rio Orinoco durante esse longo percurso, são os rios: Guaviare, Meta, Apure, Arauca, Caroni, Capanaparo e Caura. Este último possui extensão de 2.140 km e um pouco mais de 30.000 m³/s de vazão.
A Bacia do rio Orinoco desempenha um papel fundamental na biota da região, sendo crucial para a manutenção e sustentação da fauna e da flora.
O rio Orinoco tem importância no transporte fluvial, que é limitado apenas em alguns trechos, onde o fluxo e a declividade não são tão intensos. A bacia foi o berço de diversas cidades que hoje desenvolvem atividades econômicas regionais, e conecta diferentes regiões da América do Sul.
Outra atividade local importante é o turismo, sendo um importante motor econômico, atraindo turistas curiosos para desvendar suas paisagens e biodiversidade (como os botos, sucuris e jacarés).
A pesca também está muito presente na região, sendo de importante principalmente para os povos tradicionais que ali habitam e a usam de forma rudimentar e preservacionista para a pesca, ou como rota para trocar e vender seus artesanatos.
Essas águas também são bastante utilizadas para o abastecimento de diversas atividades econômicas, sendo utilizadas para o uso agropecuário, para consumo humano e industrial.
A bacia também possui importância comercial e econômica, pois é uma fonte de recursos naturais que abastecem diversas mineradoras, metalúrgicas e hidrelétricas com energia, ferro, hidrocarbonetos e até ouro. Vale ressaltar que nesta bacia está presente a terceira maior hidrelétrica do mundo, no quesito de capacidade de geração hidrelétrica, a Usina Hidrelétrica Simón Bolívar.
Contudo,a ocupação, desmatamento e intensa exploração dos recursos minerais da bacia do rio Orinoco geram consequências negativas tanto para a bacia quanto para seu entorno. O uso da bacia pode levar ao assoreamento dos rios, alteração de processos e ciclos ecológicos marinhos, afetar negativamente as populações tradicionais, aumentar a emissão de gases do efeito estufa e a contaminação dos corpos hídricos (pelos resíduos humanos, industriais e da agropecuária).
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