As bacias hidrográficas do Brasil são importantes para diversos setores da sociedade, que incluem o abastecimento urbano, a irrigação de cultivos agrícolas e animais da pecuária, a indústria e a geração de energia. Conheça as diferentes bacias hidrográficas do Brasil, assim como suas características, localizações e funções.
As bacias hidrográficas são as áreas delimitadas por divisores de águas, como relevos, que as diferenciam de outras bacias, fluindo, por efeito da gravidade e declividade, de um ponto mais alto para para o mais baixo. Elas são formadas por um conjunto de rios e suas áreas circundantes.
Segundo a Divisão Hidrográfica Nacional, feita pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), o Brasil é formado por doze Regiões Hidrográficas brasileiras, sendo cada uma delas formadas por bacias, sub-bacias ou grupo de bacias próximos, com características naturais, e socioeconômicas parecidas. Confira no mapa:
Vale ressaltar que a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), é o órgão federal responsável pela regulamentação do uso de recursos hídricos; implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos; prestação de serviços públicos de irrigação e adução de água bruta; segurança de barragens; e por instituir normas para a regulação de serviços públicos de saneamento básico.
Ela também fornece vários dados para diversos setores da sociedade. Em 2021, o IBGE, em conjunto com a ANA, lançou uma base de dados geográficos atualizada e melhor definida das Bacias Hidrográficas do Brasil (BHB250) e da Divisão Hidrográfica Nacional (DHN250). Para acessar essas bases com shapefiles, tabelas e mapas clique aqui.
A Região Hidrográfica Amazônica ocupa a maior parte do território brasileiro, abrangendo cerca de 45% do território nacional, e estando presente em sete estados brasileiros que ocupam parte da região Norte e Centro-Oeste.
Ela possui uma complexa rede de lagos e rios de água doce com uma grande quantidade de água, sendo os rios Amazônas, Xingu, Madeira e Negro, os mais conhecidos.
A região hidrográfica amazônica concentra cerca de 81% da disponibilidade de água superficial do País, tendo 85% da área ainda com a cobertura vegetal nativa, e sendo ocupada pela maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia do rio Amazonas.
Seus rios ainda são usados para diversas atividades econômicas, como pesca, transporte e abastecimento das redes urbanas e agropecuárias. Além disso, cerca de 275 hidrelétricas foram construídas na bacia Amazônica, mesmo ela tendo um baixo potencial para essa atividade. Podemos citar como as principais: Tucuruí, Jirau, Santo Antônio, além da polêmica Belo Monte.
A Região Hidrográfica Atlântico Leste ocupa cerca de 3,9% do Brasil, compondo quatro estados: Bahia, Minas Gerais, Sergipe e Espírito Santo. Parte de seu território localiza-se em região semiárida, com longos períodos de seca. Isso acaba contribuindo para diminuir a disponibilidade hídrica dessa bacia, sendo ela a segunda menor, dentre as doze regiões hidrográficas. Suas águas servem principalmente para a irrigação, indústria e abastecimento público.
A região hidrográfica do Atlântico Sudeste, atinge cerca de 2,5% do Brasil, estando presente nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Ela abrange uma região altamente povoada, com diversidade de atividades econômicas, principalmente de parques industriais, estando na região mais desenvolvida do País. Contudo, sua intensa urbanização e industrialização geram uma poluição hídrica significativa.
A região hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental está situada em cerca de 3% do território nacional, estando presente em parte dos estados do Maranhão e Pará. Ela ocorre em três biomas diferentes (Caatinga, Cerrado e Amazônico), sendo importante para o abastecimento urbano. Contudo essa região enfrenta problemas recorrentes, como criticidade hídrica, desmatamento e assoreamento dos rios.
A região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental ocupa 3,4% do Brasil, ocupando os estados de Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Ceará. Ela apresenta uma alta densidade demográfica, quando comparada às outras regiões. Essa região também ocupa quase toda a área do Semiárido Nordestino, tendo longos períodos de seca e altas temperaturas durante todo o ano.
Com isso, a região hidrográfica do Atlântico nordeste oriental possui a menor disponibilidade hídrica dentre as regiões hidrográficas brasileiras, com uma baixa oferta de água. Essa região é beneficiada pela transposição do rio São Francisco, mas sofre degradação ambiental, o que tem gerado um processo de desertificação.
A região hidrográfica Tocantins-Araguaia abrange 10,8% do território brasileiro, estando nos estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Ela está inserida nos biomas do Cerrado e Floresta Amazônica, tendo uma baixa média de precipitação, quando comparada com as outras regiões hidrográficas brasileiras.
A região hidrográfica Tocantins-Araguaia tem potencial turístico por abrigar praias fluviais e pontos turísticos como a Ilha do Bananal, o Parque Estadual de Jalapão (TO) e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ela também é usada para a geração de energia, navegação, irrigação, e sofre bastante com o desmatamento da região.
A Região Hidrográfica Parnaíba ocupa 3,9% do Brasil, e abriga os estados do Ceará, Piauí e Maranhão. Ela fica em uma região do semiárido brasileiro, tendo uma média anual baixa de precipitação caracterizada pela intermitência das chuvas e períodos críticos de seca. Suas águas são usadas principalmente para irrigação e abastecimento urbano.
A Região Hidrográfica São Francisco se localiza em 7,5% do território nacional, estando presente nos estados da Bahia, Minas, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Ela apresenta uma baixa taxa de precipitação média anual, sofrendo com constantes situações de escassez hídrica. A região tem um importante papel na geração de energia elétrica para o nordeste do País, além de servir para o abastecimento urbano, irrigação e navegação.
Essa região ocupa 2,2% do Brasil, abrangendo os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela se destaca por estar localizada em uma área de significativa densidade demográfica, desenvolvimento econômico e importância turística.
A Região Hidrográfica Paraguai está presente em 4,3% do território nacional, estando nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Pantanal-Matogrossense. Seus rios servem para a produção de hidroenergia e navegação, mas sofrem com os processos de erosão, assoreamento e poluição hídrica.
Ela corresponde a cerca de 10% do território brasileiro, estando presente nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. A região hidrográfica do Paraná está situada em uma área com grande ocupação populacional e desenvolvimento econômico do País. Ela é usada principalmente para fins industriais, irrigação e abastecimento urbano.
Quando olhamos para a bacia do Paraná, em conjunto com a do Paraguai e Uruguai na América do Sul, vemos que elas se juntam, compondo uma rede hidrográfica maior, chamada de Bacia Platina. Esse conjunto de bacias têm uma grande importância para os países que ela corta, tendo sua foz no Oceano Atlântico.
Já a região hidrográfica do Uruguai está em cerca de 3% do Brasil, estando localizada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região está situada em áreas de intensas atividades agroindustriais e com grande potencial hidrelétrico. Seu clima é temperado com chuvas constantes o ano todo, tendo o seu pico no inverno.
Para saber mais, acesse o pdf da ANA sobre as Regiões Hidrográficas do Brasil.
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