O plástico de garrafas PET pode ser reciclado, mas imagine se uma bactéria conseguisse digeri-lo… A quantidade de microplásticos nos oceanos, por exemplo, poderia ser reduzida drasticamente.
Pesquisadores japoneses identificaram uma bactéria que consegue digerir o polietileno tereftalato, o tal do PET que, normalmente, pode permanecer por até 800 anos na natureza. Após o processo, o material se transforma em dióxido de carbono e água.
As enzimas da bactéria, batizadas de petase e metase, são responsáveis pela quebra das moléculas do polímero. Se puderem ser produzidas em laboratório, as bactérias abririam a possibilidade de reciclagem de química de milhões de garrafas PET ao redor do mundo. O estudo dos japoneses foi publicado pela revista Science, no dia 11 de março.
Após a coleta de 250 exemplares de plástico em um centro de reciclagem, o objetivo dos pesquisadores foi encontrar algum ser vivo que tivesse o PET como fonte primordial de carbono para crescimento. A bactéria Ideonella sakaiensis foi localizada na atmosfera e se mostrou capaz de degradar quase completamente um fino filme de PET, após seis semanas, a uma temperatura de 30°C.
Os pesquisadores da Universidade de Yokohama, portanto, conseguiram encontrar um consórcio microbiano que pode degradar completamente o PET amorfo em dióxido de carbono e água. Também foi identificada uma enzima, chamada de ISF6_4831, que usa água para quebrar moléculas do polímero em substâncias intermediárias. Essas substâncias são definitivamente quebradas pela ação de uma segunda enzima, a ISF6_0224.
Usando o sistema de expressão de E. Coli (Escherichia coli, bactéria utilizada para a produção de proteínas em laboratório), as enzimas poderiam ser produzidas em laboratório.
De acordo com a Science, 56 milhões de toneladas de PET foram produzidas em todo o mundo no ano de 2013 e o crescimento é preocupante. Atualmente, a reciclagem mais comum se dá por meio do amolecimento e transformação do material em novos objetos. Apenas alguns espécies de fungos tinham propriedades capazes de quebrar estrutura da molécula do PET.
Agora, o desafio é encontrar uma forma de artificialmente acelerar este processo digestivo, permitindo uma nova forma de reciclagem, mais eficiente.
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