Bactérias intestinais são capazes de compartilhar B12 e outros nutrientes via “sexo”
A maioria das bactérias precisa de vitamina B12 para sobreviver. Além de manter as células nervosas saudáveis, esse micronutriente é essencial para produzir e regular o material genético do corpo. Por isso, por um processo nomeado de “sexo bacteriano”, as bactérias intestinais são capazes de compartilhar a vitamina B12 umas com as outras.
Esse processo sempre foi reconhecido entre a comunidade científica, porém, um estudo publicado no jornal Cell Reports, atribuiu outros motivos para o método.
Anteriormente, o sexo bacteriano era reconhecido como um processo onde havia a transferência de genes saltadores entre bactérias. Um exemplo comum dessa transferência é a que garante resistência antibiótica entre bactérias saudáveis.
Porém, os novos estudos conseguiram observar outros motivos para o processo. A troca de genes entre bactérias engloba todo e qualquer material genético capaz de ajudá-los a sobreviver, incluindo a vitamina B12.
A pesquisa foi originada enquanto um dos cientistas do projeto analisava a transportação da vitamina B12 para as células microbianas intestinais. Ao observar os genes saltadores, ele reconheceu a B12 como um dos materiais transferidos.
Alguns organismos apresentam bandas de DNA que podem ser consideradas “impressões digitais”, que as diferem. Em bactérias receptoras de B12 através do sexo bacterial adquiriram uma banda extra de DNA, o que prova a transferência de gene entre os organismos.
Como ocorre a transferência?
Enquanto o estudo foi feito em placas de Petri, acredita-se que o processo de transferência ocorre dentro da microbiota intestinal, também conhecida por “flora intestinal”, onde essas bactérias estão presentes.
O processo de sexo bacterial começa quando as bactérias capazes de carregar B12 entram em contato com as que não conseguem.. Ele é caracterizado pela criação de uma estrutura em forma de tubo, chamada de sex pillus pelos cientistas. Esse canal facilita a transferência dos genes que possibilitam o carregamento do micronutriente.
As bactérias analisadas pelo estudo são benéficas ao organismo e ajudam na quebra de carboidratos, que proporcionam energia para o corpo.