Universidade e empresas trabalham em novas tecnologias capazes de diagnosticar rapidamente os sintomas iniciais da Covid-19
Um dos grandes desafios do novo coronavírus tem sido a testagem de pacientes, capaz de otimizar o isolamento e desacelerar a curva de transmissão do vírus. Os teste disponíveis atualmente são baseados na coleta de muco bucal ou na análise da temperatura corporal dos pacientes, mas seus resultados podem demorar. Pensando em como otimizar a testagem, estão em andamento iniciativas como um bafômetro adaptado à Covid-19 e um vestível parecido com um relógio que detecta possíveis sintomas.
Bafômetro anti-corona
Cientistas da Northumbria University, na Inglaterra, estão trabalhando em um dispositivo que pode revolucionar os diagnósticos do novo coronavírus. Se for eficaz, o método desenvolvido pelo professor Dr. Sterghios Moschos e sua equipe fornecerá resultados rápidos e efetivos, de modo semelhante a um bafômetro.
Os pesquisadores acreditam que o método poderia substituir o atual teste rápido baseado em um termômetro infravermelho. Se for bem-sucedido, o dispositivo poderá encontrar ampla utilização em aeroportos, cirurgias, farmácias e ambulâncias, permitindo que a equipe médica teste os pacientes rapidamente.
O dispositivo de teste coleta amostras de hálito para detectar o vírus e é menos propenso à contaminação, além de reduzir a quantidade de falsos-negativos. O funcionamento é semelhante ao de um bafômetro, mas em vez de procurar etanol no ar, o teste coleta informações biológicas da amostra de respiração, conhecidas como biomarcadores. Se detectar biomarcadores como DNA, RNA, proteínas ou lipídios, isso indica que o pulmão pode estar potencialmente infectado com uma doença.
Segundo os especialistas, a nova tecnologia, se aperfeiçoada, pode ter um enorme impacto nos cuidados de saúde em todo o mundo, não apenas permitindo a detecção mais rápida de doenças virais, mas também como um meio de diagnosticar outras doenças respiratórias, incluindo doenças pulmonares, hepáticas, diabetes, câncer, problemas cerebrais e doenças do envelhecimento.
Wearable que testa sintomas
Outra iniciativa para facilitar o diagnóstico do novo coronavírus partiu da startup de saúde Oura, criadora do Oura Ring, um wearable (tecnologia vestível) que monitora dados corporais, semelhante a um relógio. Em parceria com a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a startup quer saber se o seu wearable seria capaz de detectar a Covid-19 através da junção dos dados fisiológicos coletados com uma pesquisa diária de sintomas.
A ideia do estudo, segundo a equipe da Oura, é criar um algoritmo que ajude a Universidade da Califórnia a identificar padrões de início, progressão e recuperação para a Covid-19. O estudo “Oura TemPredict” será dividido em dois grupos, nos quais a Oura testará os dados coletados por profissionais de saúde da linha de frente e os dados coletados pelo público em geral.
A startup planeja fornecer mais de 2.000 wearables para profissionais de saúde dos hospitais da Universidade da Califórnia que estão em contato diário com pacientes possivelmente infectados pela Covid-19. A ideia é monitorar a saúde desses profissionais, analisando mudanças na temperatura corporal, frequência respiratória e frequência cardíaca.
Pesquisas diárias de sintomas também serão disponibilizadas a todos os usuários do Oura Ring, permitindo que os participantes enviem dados cruciais à equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia. Essas informações vão ajudar na identificação de padrões capazes de prever o início, a progressão e a recuperação em quaisquer casos futuros de Covid-19.
Os voluntários podem participar do estudo “Oura TemPredict” visitando o site da Oura ou por meio de um convite no aplicativo da Oura.
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