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“Das 80 milhões de doses, apenas 40 milhões foram aplicadas. Além disso, houve uma falta de convocação do público”, diz Gonzalo Vecina Neto

Por Sandra Capomaccio em Jornal da USP O vírus influenza já está circulando em São Paulo, provocando aumento de atendimentos nos prontos-socorros e internações. Só para se ter uma ideia, durante o pico da gripe, no ano passado, foram registrados 12 casos de internações em quatro meses. Este ano, já são 19 hospitalizações em uma semana. 

Homem sendo vacinado
A vez das vacinas gênicas

O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, do Departamento de Política e Gestão em Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, acredita que esse aumento deve ocorrer em várias cidades e capitais do País. 

Uma das razões foi a baixa adesão à imunização disponibilizada para idosos, gestantes, crianças e profissionais da saúde. “Das 80 milhões de doses, apenas 40 milhões foram aplicadas. Além disso, houve uma falta de convocação do público. Em São Paulo, um agravante foi a vacinação da gripe ocorrer em local diferente da vacinação contra a covid-19, justamente para evitar as aglomerações, só que dificultou o deslocamento entre os postos”, afirma Vecina.

O especialista da Universidade de São Paulo diz que a volta às aulas fez com que as crianças fizessem os vírus circular, levando-os para dentro de casa.  Além disso, é importante ressaltar que a vacina contra o influenza não protege 100%, por isso muitas pessoas que tomaram a vacina podem ter contraído essa gripe.

Gonzalo Vecina afirma que não é necessário um reforço da vacina, sua validade é de um ano e deve ser feita no período de inverno, justamente quando a gripe está no auge da transmissão. Vale lembrar que a vacina  já foi aplicada há mais de seis meses, por isso fica a mesma orientação recomendada contra a covid-19:  uso de máscaras e evitar as aglomerações em locais públicos. 

Confiança nas vacinas

Chamada de darwin, justamente porque foi identificada na Austrália pela primeira vez, essa cepa não está coberta pela atual vacina. Para 2022, a Organização Mundial da Saúde já mudou. Será o influenza A H3N2 darwin, justamente a cepa que a Fiocruz identificou no surto do Rio de Janeiro.

A orientação que fica para o próximo ano é: “Tome a vacina da gripe e se proteja para o próximo ciclo da doença”, diz o médico sanitarista. Até lá, é recomendável manter os mesmos cuidados que se têm para prevenção da  covid-19.


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