Foto de Snappy Shutters na Unsplash
O termo “baleia encalhada” é usado em situações em que esses animais marinhos ficam presos em terra. Segundo dados da Wildlife Florida, todos os anos, cerca de 2 mil encalhes de cetáceos ocorrem no mundo inteiro e resultam, na maioria das vezes, na morte dos animais.
Os encalhes são raros o suficiente para não representarem uma ameaça significativa para nenhuma espécie. Entretanto, esse fenômeno ocorre cada vez mais em decorrência de ações antrópicas.
Embora seja possível aos especialistas marinhos resgatar uma baleia encalhada, os esforços são, na maioria das vezes, em vão. O tempo de um resgate eficaz pode ser pouco em comparação com o tempo de sobrevivência desse animal fora da água.
Após o encalhe, as baleias possuem pouco tempo para sobreviver. Isso é um resultado da rápida desidratação dos animais. Por outro lado, baleias encalhadas também são suscetíveis a morrer por asfixia devido ao peso de seus corpos — que comprimem os pulmões do animal, dificultando a respiração e a circulação de sangue.
“Uma vez na costa, uma baleia se decompõe rapidamente e pode representar um risco para a saúde pública. Existem riscos significativos causados por bactérias e, portanto, pessoas e animais de estimação devem ficar longe. Muitas vezes o local da praia é desinfetado após a operação de remoção”, disse Danny Groves, da instituição de caridade para cetáceos WDC ao The Guardian.
Essa rápida decomposição também pode resultar em outro fenômeno conhecido — a explosão do animal encalhado. A explosão, nesse caso, é uma consequência do acúmulo de gases no corpo da baleia.
A partir da dificuldade do resgate de uma baleia encalhada, inúmeros especialistas concentraram seus esforços em aprender por que as baleias e outras criaturas ficam encalhadas. Desse modo, diversas hipóteses tentam justificar esse fenômeno.
As causas podem ser naturais, baseadas na batimetria – a forma do fundo do oceano – ou podem ser específicas da espécie. As baleias dentadas, por exemplo, (Odontoceti) são as mais comumente afetadas pelo fenômeno e incluem golfinhos, botos e todas as baleias com dentes.
Além disso, locais no hemisfério sul, como a Tasmânia e a baía Dourada da Nova Zelândia tiveram vários casos e, no hemisfério norte, a baía de Cape Cod, nos Estados Unidos, em Massachusetts, é outro ponto crítico para encalhes.
Isso se dá devido à topografia dessas áreas. A baía Dourada da Nova Zelândia e a baía de Cape Cod, por exemplo, partilham uma característica terrestre costeira estreita e proeminente e águas rasas com grandes variações de maré — que muitas pessoas chamam de “armadilhas para baleias”.
Alguns casos de encalhes derivam diretamente do contato dos animais com o ser humano. De fato, especialistas apontam que a colisão desses animais com barcos pesqueiros é um dos motivos para o encalhe de baleias.
Esses acidentes podem resultar na desorientação da baleia que, em conjunto com possíveis ferimentos, contribui para o fenômeno.
Semelhantemente, casos de desorientação podem ser causados por água poluída com produtos químicos e por sonares artificiais em áreas onde predominam barcos militares.
Além disso, especialistas também acreditam que as mudanças nos oceanos causadas pelo aquecimento global podem forçar as baleias e outras criaturas marinhas a se deslocarem para águas desconhecidas em busca de alimentos. Isso se dá devido ao efeito das mudanças climáticas no desequilíbrio do ecossistema marinho, contribuindo para mudanças na distribuição de presas e predadores.
Ao encontrar uma baleia encalhada, ligue para o órgão responsável em sua cidade — cada local possui um protocolo diferente para o resgate. Tente manter-se calmo e quieto, uma vez que barulhos podem estressar o animal e descreva-o o máximo possível para facilitar o trabalho do time de resgate.
Mantenha-se longe da baleia e espere instruções dos responsáveis.
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