Imagem de Thomas Kelley no Unsplash
Especialistas do Aquário de New England nos Estados Unidos anunciaram o quinto embaraçamento da baleia Snow Cone em equipamentos de pesca no Atlântico Norte.
Snow Cone é pertencente à espécie de baleias francas, que foram listadas como criticamente ameaçadas à extinção em 2020 nos Estados Unidos. Na época, a população estava diminuindo em torno de 400 — número que especialistas presumem ter reduzido desde então.
O embaraçamento da baleia foi documentado pela assistente de pesquisa Sharon Hsu na última quarta-feira (21). Hsu foi a mesma pessoa a ter alertado sobre a quarta ocorrência envolvendo a baleia apenas 18 meses atrás.
De acordo com a profissional, o quadro de saúde de Snow Cone decaiu desde o seu último encontro. A baleia, que antes teria sido desenrolada de redes e cordas decorrentes de navios pesqueiros, agora apresenta uma infestação de piolhos marinhos e parece estar debilitada.
Na quarta incidência do embaraçamento da baleia nesses equipamentos, especialistas acreditavam que os esforços para removê-los seriam suficientes para que o animal sobrevivesse. No entanto, parecem ter perdido as esperanças de uma recuperação.
“Agora, ela está coberta de piolhos da baleia. Ela estava se movendo tão devagar, ela não podia mergulhar, ela apenas afundou. Ela está sofrendo. Não há mais esperança para sua sobrevivência.” diz Sharon Hsu.
Espera-se que Snow Cone morra dentro de pelo menos 18 meses, sendo a última baleia de sua família viva — a baleia teve dois filhotes, um que foi morto por um barco e outro que não é visto desde abril de 2022, mas que especialistas presumem também ter morrido.
Frente ao declínio da saúde da baleia, pesquisadores também alertam para outra perda. Com a morte do animal, até 30 futuras baleias francas não serão adicionadas à espécie.
Contudo, Snow Cone não é a única baleia ou animal marinho nessa situação. Estima-se que até 86% de todas as baleias francas já tenham passado por pelo menos um embaraçamento em equipamentos de pesca.
Os cientistas do aquário que faziam as observações da espécie esperam que o relato possa inspirar mudanças regulamentares, como a proibição de uso de cordas dentro de barcos pesqueiros.
Entretanto, as cordas são apenas um dos problemas enfrentados por espécies marinhas.
Todo ano, mais de 600 mil toneladas de plástico são encaminhadas aos oceanos em forma de materiais de pesca descartados incorretamente. Seja em redes ou outros materiais, o plástico no oceano cresce exponencialmente com a pesca. A pesca fantasma, que ocorre quando espécies marinhas são ameaçadas pelo descarte inadequado desses materiais, também ocorre durante esse processo.
De acordo com uma publicação da FAO (A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), os impactos da pesca no ambiente aquático são equivalentes aos impactos da agropecuária no ambiente terrestre. Desse modo, ambos contribuem para a degradação de seus respectivos ecossistemas explorados.
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