O sistema é capaz de avaliar sistemas de transporte e projetos de adaptação de edifícios
Centros urbanos são responsáveis por mais de 70% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa. Iniciativa do Banco Mundial e parceiros simula implementação de projetos que buscam soluções mais limpas para problemas urbanos
Populações vulneráveis dos centros urbanos serão algumas das mais afetadas pelas mudanças do clima, aponta o Banco Mundial. E no entanto, são as cidades as responsáveis por mais de 70% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.
Para ajudar municípios a encontrar alternativas de desenvolvimento mais limpas, o organismo financeiro e parceiros lançaram em setembro uma ferramenta que ajuda gestores a planejar projetos urbanísticos sustentáveis. Chamada “Ação Climática para a Sustentabilidade Urbana”, a CURB é uma plataforma quer suprir lacunas de informações sobre as cidades e fornecer soluções realistas.
“A CURB oferece análises adaptadas que podem ajudar as autoridades urbanas a mais facilmente identificar, priorizar e planejar formas econômicas e eficientes para reduzir as emissões”, explicou o gerente de políticas climáticas do Banco Mundial e responsável pela concepção da ferramenta, Stephen Hammer.
A partir de uma base de dados, a plataforma estima o custo, viabilidade e impacto de diversas ações para combater as mudanças do clima. O sistema é capaz de avaliar sistemas de transporte e projetos de adaptação de edifícios, além de levar em conta mudanças tecnológicas e políticas nas simulações de diferentes cenários urbanos.
A CURB também calcula retornos de investimento, o que pode ajudar as cidades a criar empregos, melhorar a própria subsistência e aumentar a resiliência a riscos climáticos, especialmente para as pessoas de baixa renda.
Argentina é pioneira
Buenos Aires foi a primeira cidade da América Latina a testar a iniciativa do Banco Mundial, que está ajudando a capital da Argentina a avançar seu plano atual de preparação para as mudanças do clima.
“Os gráficos de fácil utilização, projeções financeiras e outras características da CURB podem ajudar os planejadores urbanos a melhorar a comunicação e a coordenação no governo da cidade”, afirmou a assessora em sustentabilidade do governo municipal, Inés Lockhart. “Essa ferramenta é perfeita para ajudar a cidade a analisar novas ações potenciais de uma forma mais eficiente.”
Falta de dados não é problema
Um dos destaques da CURB são os dados substitutos: se a cidade carecer de informações, o sistema permite aos usuários utilizar dados de municípios ou países semelhantes. O objetivo é permitir que todos os centros urbanos possam utilizar a ferramenta, independentemente do tamanho ou nível de renda.
“Trata-se de uma das muitas características do projeto que atendem à necessidade de tornar todos os aspectos da ferramenta prontamente acessíveis a seu público-alvo principal: funcionários do governo local”, afirmou o especialista urbano do Banco Mundial, Silpa Kaza.
Além de Buenos Aires, mais de 100 cidades de diferentes partes do planeta – incluindo Joanesburgo, Bangalore e Chennai – estão usando ou se comprometeram a usar a CURB, que será alimentada com informações dos governos municipais. A plataforma é desenvolvida em parceria com o Grupo C40 de Liderança Climática das Cidades e o Grupo de Prefeitos, que devem difundir a CURB pelo mundo.
Para ter acesso à ferramente, é preciso enviar um e-mail à equipe do Banco Mundial. Saiba como aqui.
Entenda como funciona a CURB no vídeo (em inglês).