O Conselho de Administração do Banco Mundial aprovou nesta quinta-feira (22) um projeto de US$ 500 milhões para expandir o financiamento vinculado à sustentabilidade e fortalecer a capacidade de o setor privado acessar os mercados de crédito de carbono
Por Nações Unidas Brasil | O projeto cria um balcão único que oferece às empresas brasileiras opções mais fáceis para reduzir sua pegada de carbono. A expectativa é redução de até 90 milhões de toneladas de CO2 até 2030, o equivalente a cerca de 4,5% do que o Brasil precisa para cumprir seus compromissos de zerar as emissões.
A iniciativa também inclui um Fundo de Dívida Climática piloto de US$ 98 milhões, que deve alavancar o capital privado para expandir o financiamento vinculado à sustentabilidade na economia em geral.
O Conselho de Administração do Banco Mundial aprovou nesta quinta-feira (22) um projeto de US$ 500 milhões para expandir o financiamento vinculado à sustentabilidade e fortalecer a capacidade de o setor privado acessar os mercados de crédito de carbono. Em colaboração com o Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras da América Latina, o projeto adotará uma abordagem de empréstimo vinculada à sustentabilidade para ajudar o Brasil a atingir suas metas climáticas.
O projeto visa a oferecer benefícios robustos de mitigação de emissões de carbono. A expectativa é redução de até 90 milhões de toneladas de CO2 até 2030, o equivalente a cerca de 4,5% do que o Brasil precisa para cumprir seus compromissos de zerar as emissões.
O projeto também deverá mobilizar até US$ 1,4 bilhão em capital privado por meio da ampliação do financiamento do Banco do Brasil e de investidores privados. Líder do agronegócio brasileiro, com cerca de 60% de todo o crédito rural no mercado financeiro, o Banco do Brasil tem o compromisso de apoiar clientes, parceiros e a sociedade na transição para uma economia de baixo carbono, com metodologias, linhas de crédito e soluções sustentáveis.
“O Brasil tem potencial significativo para se tornar um líder global na transição para uma economia de baixo carbono. Para isso, é necessária uma ação urgente para complementar as atividades públicas com soluções e financiamento privados”, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt. “O Banco do Brasil, que tem uma longa história de financiamento para empresas brasileiras que desejam se tornar mais sustentáveis e inovadoras, é um grande parceiro para a iniciativa que estamos lançando hoje.”
O Projeto de Financiamento Climático do Brasil adota uma abordagem de financiamento inovadora e baseada em resultados, que incentiva empresas a adotarem e implementarem planos confiáveis de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) de modo a reduzir a pegada de carbono em toda a empresa. A iniciativa também vincula essas empresas a mercados de carbono de alta qualidade.
Com o novo projeto, o Banco do Brasil poderá oferecer a seus clientes pacotes que integram financiamento com apoio ao acesso aos mercados de carbono por meio de um balcão único. Isso fornecerá às empresas brasileiras – especialmente as pequenas e médias – um serviço acessível de ponta a ponta, desde a medição da pegada de carbono até a geração de retornos de créditos de carbono de alta integridade.
O projeto fornecerá uma linha de crédito de US$ 400 milhões, e o Banco do Brasil usará esses recursos para originar empréstimos vinculados à sustentabilidade para empresas comprometidas com a redução de sua pegada de carbono. A iniciativa também inclui um Fundo de Dívida Climática piloto de US$ 98 milhões, que deve alavancar o capital privado para expandir o financiamento vinculado à sustentabilidade na economia em geral.
Esses instrumentos de financiamento são complementados por US$ 2 milhões em recursos para aumentar a capacidade de o Banco do Brasil apoiar empresas na adoção de planos de mitigação confiáveis e no acesso a mercados de carbono de alta qualidade, por meio de assistência técnica.
“Os setores público e privado têm um papel vital no apoio à transição para uma economia mais verde. Saudamos a parceria com o Banco Mundial não apenas porque é o maior financiador mundial de ações climáticas em países em desenvolvimento, mas também por causa de sua experiência em criar e fortalecer mercados de capitais locais e tornar os setores financeiros domésticos mais verdes. O projeto tem sinergia com nossa estratégia de sermos referência em sustentabilidade, fomentando negócios no âmbito ESG. Esperamos que a iniciativa tenha um efeito muito positivo, integrando conhecimento e financiamento em prol de uma economia de baixo carbono entre nossos clientes em todo o país”, afirmou o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro.
Escalável – Globalmente e no Brasil, as instituições financeiras estão canalizando mais recursos para atividades ecológicas e relacionadas ao clima por meio de uma série de produtos financeiros. Ao incluir o financiamento baseado em mitigação em uma grande instituição financeira, o projeto apresenta uma abordagem inovadora com forte potencial de replicabilidade em escala no Brasil e no mundo.
O projeto contribui diretamente para o avanço da atual parceria do Banco Mundial com o Brasil, que tem como foco o desenvolvimento equitativo e sustentável, inclusive apoiando os esforços do Brasil para reduzir as emissões de GEE e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. O desenvolvimento de instrumentos financeiros para reduzir as emissões de carbono nos setores econômicos será fundamental para esse objetivo.
Este texto foi originalmente publicado pela Nações Unidas Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.