Banho de sol é uma delícia, mas será que é seguro? Você já deve ter ouvido que os raios solares são prejudiciais à pele e que o ideal é usar protetor solar sempre, inclusive em casa. De fato, a exposição excessiva ao sol pode causar diversos danos à saúde, mas a luz natural também é fundamental para o equilíbrio do nosso corpo e o bem-estar geral.
Na verdade, a terapia de banho de sol, alguns minutos por dia, é uma forma natural de curar diversos problemas de saúde. A luz solar ajuda a regular a produção de melatonina no corpo, que é necessária para manter os ritmos circadianos do corpo.
Além disso, descobriu-se que a diminuição da exposição à luz solar contribui para o desenvolvimento de distúrbios físicos e psicológicos. Para piorar, não tomar sol pode causar deficiência de vitamina D, provocando sérios prejuízos à saúde, como o retardo no crescimento e deformidades ósseas..
Só vale lembrar que exposição adequada ao sol não significa se bronzear ou queimar a pele: é importante ter cautela!
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Edimburgo descobriu que um composto chamado óxido nítrico, que ajuda a reduzir a pressão arterial, é liberado nos vasos sanguíneos assim que a luz solar atinge a pele.
Essa descoberta é importante, porque até então se pensava que o único benefício da luz solar para a saúde para os humanos era estimular o corpo a produzir vitamina D.
É um fato bem conhecido que a vitamina D é eficaz em auxiliar na absorção do cálcio e do fósforo, que fortalecem os ossos do corpo. No entanto, pesquisas também indicam que há uma correlação direta entre a densidade óssea e a vitamina D3.
Essa vitamina é solúvel em gordura e formada durante o processo de fabricação da vitamina D quando a luz solar atinge a pele, que regula os níveis de cálcio no organismo. Quando você tem níveis mais altos de vitamina D3 no sangue, corre um risco menor de sofrer fraturas.
Por outro lado, níveis mais baixos de vitamina D3 no sangue estão associados a taxas mais altas de todos os tipos de fraturas.
Um estudo liderado pelo neurocientista David Llewellyn, da Universidade de Cambridge, avaliou os níveis de vitamina D em mais de 1.700 homens e mulheres da Inglaterra com 65 anos ou mais. Os dados revelaram que a função cognitiva era reduzida quanto mais baixos eram os níveis de vitamina D dos indivíduos.
No entanto, mais estudos descobriram que a luz solar pode ajudar a estimular o crescimento das células nervosas no hipocampo, que é a parte do cérebro responsável pela formação, organização e armazenamento das memórias.
A privação de luz solar pode causar uma condição chamada transtorno afetivo sazonal (SAD), uma forma de depressão muito comum nos meses de inverno e entre pessoas que trabalham muitas horas em escritórios fechados.
A exposição moderada ao sol, entretanto, aumenta os níveis de antidepressivos naturais no cérebro que podem realmente ajudar a aliviar essa e outras formas de depressão leve. Isso porque, segundo um estudo, o cérebro produz mais serotonina, um dos “hormônios da felicidade“, em dias ensolarados.
Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association descobriu que os pacientes com Alzheimer expostos diretamente ao sol tinham menos sintomas de depressão, vigília noturna e agitação.
Além disso, eles também apresentaram menor perda de função cerebral do que aqueles expostos à fraca iluminação diurna. Os pesquisadores atribuíram essas melhorias a ritmos circadianos mais regulares.
A luz solar auxilia na cura de acne, psoríase, eczema, icterícia e outras infecções fúngicas da pele. Um estudo comprovou que a terapia de banho de sol ao ar livre ajuda a melhorar significativamente os sintomas de psoríase.
Embora a exposição ao sol tenha um efeito terapêutico na pele e a luz solar tenha sido usada com sucesso para tratar doenças de pele, esse tratamento alternativo deve ser feito sob supervisão médica, para prevenir os efeitos colaterais negativos da radiação UV e garantir que os benefícios superem os riscos.
A exposição ao sol pode ajudar a suprimir um sistema imunológico hiperativo, o que pode explicar por que a luz solar é usada para tratar doenças autoimunes como a psoríase.
Como os glóbulos brancos aumentam com a exposição ao sol e desempenham um papel fundamental no combate a doenças e na defesa do corpo contra infecções, a exposição moderada ao sol é muito eficaz para aumentar a imunidade.
A deficiência de vitamina D aumenta o risco de muitos tipos de câncer, especialmente de mama e de cólon, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia.
Estudos posteriores mostraram que a suplementação de vitamina D produziu uma queda dramática de 60% no risco de desenvolver qualquer forma de câncer, o que confirma os benefícios da vitamina D e da exposição ao sol na redução do risco de desenvolver câncer.
Você já se perguntou o que acontece se tomar banho de sol todos os dias? Ou, qual é o melhor horário para tomar banho de sol? Autoridades de saúde de muitos países concluem que a melhor hora para tomar sol é antes das 10 horas e depois das 16 horas. Porém, estudos (1, 2) indicam que o melhor horário para tomar sol é entre as 10h da manhã e 13h da tarde para estimular a produção de vitamina D do corpo de forma mais eficiente, com risco mínimo de carcinoma maligno cutâneo (CMC).
Na verdade, de acordo com esses estudos, banhos de sol prolongados sem a proteção de filtros solares nas primeiras horas da manhã e após as 16h poderiam promover o desenvolvimento de CMC.
Dessa forma, a não ser que existam contraindicações médicas à exposição solar, é recomendado que os banhos de sol diários sejam feitos por volta do meio dia, durem de 3 a 15 minutos em pessoas de pele branca e de 15 a 30 minutos para pessoas de pele morena ou negra, e sejam feitos com 40% da pele do corpo exposta.
Ainda que haja o uso de filtro solar com um alto grau de proteção, alguma luz solar ainda penetra a pele, de modo que é possível aumentar a produção de vitamina D ao passar um tempo a mais em ambientes externos. Porém, reforçamos que ter períodos prolongados de exposição sem o filtro solar resulta em maiores danos à pele sem aumento adicional nos níveis de vitamina D.
Se você for se expor por mais de 20 minutos, também é essencial manter-se hidratado durante o banho de sol. Se possível, cubra a cabeça com uma toalha molhada. Evite comer duas horas antes e duas horas após a exposição ao sol e tente tomar um banho com água fria ao final da terapia.
Sobre crianças, é importante notar que não é recomendado o banho de sol em recém-nascidos. E, a partir dos seis meses de idade, deve-se seguir as recomendações médicas para que a criança consiga receber vitamina D.
Confira como aliviar queimadura de sol no vídeo abaixo:
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