Bem-estar, segundo o dicionário Houaiss, é o “estado de satisfação plena das exigências do corpo e/ou do espírito; a sensação de segurança, conforto, tranquilidade; a condição material capaz de ensejar uma existência agradável”. A definição abarca três elementos-chave da sensação geral de bem-estar: os aspectos físico, espiritual e econômico. Mas a verdade é que o significado de bem-estar é multidimensional e bem mais amplo do que o dicionário é capaz de dar conta.
O estado de bem-estar está profundamente associado à saúde, conforme declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS): “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. Ambos se complementam. Por isso, para alcançar uma vida saudável, sentir-se bem consigo mesmo é fundamental.
Como indivíduos únicos, com particularidades e personalidades diferentes, cada um de nós tem prioridades ou metas distintas na hora de escolher práticas que garantam nosso bem-estar. Entretanto, encontrar um equilíbrio entre saúde física, emocional ou psicológica, social, espiritual, intelectual e econômica pode ser a chave para uma vida plena e feliz.
Em 2008, a New Economics Foundation, fundação britânica destinada a promover a justiça social, econômica e ambiental, publicou o relatório Five ways to wellbeing (“Cinco maneiras de alcançar o bem-estar”, em tradução livre), com base no trabalho de especialistas mundiais em neurociência, psicologia, psiquiatria, ciências sociais e outras áreas do conhecimento. A fórmula apresentada pelo documento é simples, mas pode ser um bom começo rumo ao encontro da plenitude:
Com família, amigos, colegas e vizinhos. Em casa, no trabalho, na escola ou na comunidade local. Pense nas pessoas ao seu redor como os alicerces de sua vida e invista tempo para construí-los. Desenvolver conexões proporcionará enriquecimento e apoio no seu dia a dia.
Socializar e se conectar com outras pessoas são importantes para o bem-estar. Um abraço, por exemplo, libera grandes quantidades de ocitocina, o hormônio do amor. Ele promove a sensação de confiança, empatia, memórias positivas, estabilização emocional, bem-estar, relaxamento, comunicação não-violenta.
Dê uma caminhada ou pratique corrida. Passeie na rua. Ande de bicicleta. Jogue futebol. Monte um jardim. Dance! O exercício faz você se sentir bem.
Para adultos, a OMS recomenda a prática de atividade física intensa de 75 a 150 minutos por semana ou moderada. E de 150 a 300 minutos, quando não houver nenhuma contraindicação. A ciência comprova que a atividade física regular melhora a saúde.
O mais importante é descobrir uma atividade física de que goste e que se adapte ao seu nível de mobilidade e preparo físico.
Seja curioso. Perceba o que há de belo no mundo. Comente sobre o incomum. Observe a mudança das estações.
Aproveite o momento, esteja você caminhando para o trabalho, almoçando ou conversando com amigos. Conscientize-se sobre o mundo ao seu redor e sobre o que você está sentindo. Refletir sobre suas experiências ajudará você a avaliar o que é importante em sua vida.
Tente algo novo. Redescubra um antigo interesse. Inscreva-se em um curso. Assuma uma responsabilidade diferente no trabalho.
Conserte uma bicicleta. Aprenda a tocar um instrumento ou a cozinhar sua comida favorita. Defina um desafio que você quer alcançar. Aprender coisas novas deixará você mais confiante e feliz.
Faça algo de bom para um amigo ou para um desconhecido. Agradeça a alguém. Sorria. Ofereça seu tempo. Junte-se a um grupo de trabalho voluntário.
Olhe ao redor e para dentro de si. Ver a si mesmo e à sua felicidade, em conexão com a comunidade geral, pode ser incrivelmente recompensador e ainda ajuda a criar laços com as outras pessoas.
Além desses cinco primeiros passos, você pode, de acordo com seus interesses, incluir atividades ou metas no seu dia a dia para promover o próprio bem-estar. A questão central é: o que faz você feliz? Explore todas as possibilidades!
Segundo um estudo publicado em 2020, existem quatro dimensões essenciais do bem-estar (consciência, conexão, percepção e propósito) que o ser humano é capaz de cultivar por meio de treinamento mental intencional. Sim, é isso mesmo: você é capaz de treinar o seu cérebro para ser feliz e, potencialmente, evitar o desenvolvimento de complicações de saúde mental como depressão, estresse e ansiedade. As técnicas variam, mas incluem psicoterapia, meditação (ou mindfulness) e interações sociais saudáveis.
Além disso, experimente mergulhar em práticas de autoconhecimento, leitura, yoga, esportes ao ar livre, passeios em família, viagens, alimentação saudável e até um vinho ou chope com os amigos aos finais de semana: tudo é válido, se for feito com propósito e equilíbrio. O importante é se manter sempre conectado com aquilo que faz bem: com seu eu interior, com quem você ama e com o planeta.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais