Além de ajudar o meio ambiente, um dos outros benefícios de ser vegetariano inclui melhorias na saúde e bem-estar, como diminuição do risco de doença cardíaca e maior longevidade.
Ser vegetariano pode resultar numa vida mais longa, de acordo com um estudo publicado no periódico JAMA Internal Medicine. Segundo a pesquisa, realizada por profissionais da Universidade Adventista do Sétimo Dia de Loma Linda, nos Estados Unidos, quem é vegetariano estrito (que só come vegetais) tem um risco 15% menor de morte, enquanto quem é ovo-lacto-vegetariano (que têm uma dieta baseada em vegetais, ovos, leite e produtos derivados destes) têm um risco de morte 9% menor que pessoas que comem carnes. Já os pesco-vegetarianos (que comem peixe, vegetais, ovos e laticínios) têm um risco 19% menor de morte. Por fim, os semivegetarianos (consomem menos carne que uma pessoa em dieta padrão e não ingerem carne bovina e suína, embora comam carne de frango e peixe) têm um risco 8% menor de morte em comparação com os que se alimentam de carne com mais frequência.
O estudo abarcou 73.308 homens e mulheres (todos adventistas do sétimo dia, assim como a instituição), que foram recrutados entre os anos de 2002 e 2007, e foram acompanhados por um período médio de 5,79 anos. Durante esse período, 2.570 pessoas morreram.
A pesquisa também mostrou que ser vegetariano é um dado correlacionado à algumas características como: ser casado, altamente escolarizado, mais velho e magro. A maioria dos vegetarianos se exercita mais, não fuma nem bebe – fatores que também podem explicar essa maior longevidade.
A Universidade de Loma Linda é conhecida pelos seus estudos sobre vegetarianismo e saúde. Uma outra pesquisa realizada nessa instituição revelou que homens adventistas californianos com estilo de vida vegetariano vivem 9,5% mais do que os outros homens que não têm esse perfil; já as mulheres adventistas vegetarianas californianas vivem 6,1% a mais do que as outras californianas com hábitos diferentes destes.
Um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford, que saiu no início de 2013, mostrou que ser vegetariano reduz o risco de doença cardíaca em 32%, em comparação com uma dieta baseada em carne e peixe. Essa pesquisa abarcou 45 mil pessoas no Reino Unido, sendo 34% delas vegetarianas. Os pesquisadores descobriram nesse estudo que ser vegetariano gera menos propensão a ter índices de massa corporal elevado, como também a ter diabetes. Um estudo de 2011 publicado na revista Diabetes Care mostrou que ser vegetariano está associado a uma diminuição de fatores do risco de síndrome metabólica, que é um conjunto de distúrbios que estão associados com um risco maior de diabetes e doença cardiovascular.
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Yale, a produção da carne vermelha tem um impacto ambiental muito maior em comparação aos outros tipos de carnes (porcos e aves), vegetais e derivados de animais (laticínios e ovos). Isso porque, de acordo com estudo, há perda de energia trófica com o processo de ruminação dos bovinos.
O estudo analisou a quantidade de terra, água e fertilizantes nitrogenados necessária para expandir a produção de carne e comparou com a de aves, porcos, ovos e laticínios. Concluiu-se que entre 2% a 12% da energia bruta consumida pelos bovinos é desperdiçada na produção e na eliminação do gás metano.
“Apenas uma fração dos alimentos consumidos pelo gado passa à corrente sanguínea, de forma que parte da energia é perdida”,
disse o especialista que liderou a pesquisa Gidon Eshel.
A alimentação do gado com grãos em vez da grama agrava essa ineficiência, apesar de Eshel apontar que mesmo o gado alimentado com grama ainda apresenta maior pegada ambiental que outros produtos de origem animal.
Eshel ainda afirmou que “comer menos carne vermelha reduziria mais a pegada de carbono do que desistir de se locomover de carro”.
Se você quer ser vegetariano, mas quer ir com calma, siga algumas dicas para se habituar à prática. Comece sem comer carne na segunda-feira e depois passe a ser um vegetariano ao longo dos dias úteis. Dê preferência aos vegetais orgânicos, que não contêm agrotóxicos nem fertilizantes nitrogenados. Além de saudável, uma ser vegetariano também é um hábito menos danoso ao meio ambiente, já que o custo em emissões da produção de carne, assim como sua pegada hídrica são elevados em demasia.
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