O termo besouro é usado para indicar mais de 360 mil espécies de insetos da ordem Coleoptera — a maior ordem de insetos que existe, que também inclui escaravelhos e gorgulhos. A palavra ‘Coleoptera’ possui origem grega, unindo koleos (estojo) e pteron (asas), que é explicada pela morfologia desses animais.
Os besouros possuem dois pares de asas, com as asas externas, conhecida como élitros, servindo como proteção às asas internas, menos rígidas, que possibilitam o voo. Entretanto, embora a maioria dos besouros possa voar, eles passam a maior parte do tempo no solo ou em vegetações baixas.
Além da distinção da fisiologia dos insetos, o papel de cada espécie de besouro é distinta e caracteriza-se através dos habitats em que vivem. Desse modo, esses insetos podem exercer funções diferentes, como necrófagos, alimentadores de fungos, parasitas de animais vertebrados, predadores e parasitoides de outros insetos.
Os insetos da ordem Coleoptera podem sobreviver em diferentes climas e temperaturas e são divididos em quatro subgrupos. Os três primeiros, Archostemata, Adephaga e Myxophaga, contêm relativamente poucas famílias, enquanto a maioria dos besouros é colocada no quarto grupo, o Polyphaga. (1)
Além das asas, os besouros possuem três segmentos principais: cabeça, tórax e abdômen.
Assim como as borboletas, os besouros possuem um ciclo de vida de quatro fases:
A maioria dos besouros são fitófagos, ou seja, se alimentam de plantas e folhas. No entanto, também podem possuir uma alimentação diferenciada de acordo com cada espécie. Muitos também podem consumir pólen e outros insetos. Algumas espécies de besouros aquáticos, por exemplo, consomem peixes pequenos e girinos.
Espécies predadoras, como besouros terrestres, contribuem para o meio ambiente através do controle de população de outros insetos. Eles predam, principalmente, lagartas e outras larvas, insetos adultos de corpo mole e ovos de insetos.
As joaninhas também fazem parte dessa ordem de insetos e são benéficas para os seres humanos. Ambas as larvas e as joaninhas adultas se alimentam de insetos sugadores de plantas.
Por outro lado, muitos grupos desses insetos são catadores. Assim, se alimentam através da quebra de materiais orgânicos, como toras mortas, madeira, plantas mortas e matéria animal, excrementos e outros produtos residuais.
Uma pequena porcentagem de besouros pode oferecer riscos à população humana, como o besouro-do-pinho, da família Cerambycidae. Esse inseto é um tipo de praga nativa da América do Norte, responsável pela devastação de extensas florestas de pinho nos Estados Unidos. É estimado que cerca de 100 mil árvores mortas por besouros caiam por dia no norte do Colorado e em Wyoming.
Além disso, alguns besouros também são tipos de pragas que contribuem para a devastação de plantações agrícolas, sendo uma ameaça constante à produção de comida.
Decompositores, esses animais são benéficos para os seres humanos de diversas formas. Além de contribuírem para a eliminação de pragas em jardins e plantações, muitas espécies são responsáveis pela fertilização do solo e pela polinização de plantas e flores.
Os carabídeos (da família Carabidae) são um grupo de besouros terrestres que forma uma das maiores famílias de insetos, com cerca de 40 mil espécies distribuídas globalmente. E, embora existam espécies com um papel importante no manejo biológico de pragas em terras agrícolas, uma pesquisa apontou que grande parte desse grupo não consegue se adaptar às mudanças climáticas.
O projeto foi baseado em duas pesquisas que identificaram conclusões diferentes. Enquanto uma apontava o declínio em populações de insetos terrestres, a outra não identificou nenhuma mudança.
Após analisar 136 espécies de besouros terrestres nos Estados Unidos, os cientistas usaram um modelo estatístico para investigar o impacto das emissões de gases de efeito estufa sobre os insetos. Desse modo, conseguiram observar que espécies de besouros menos móveis sem a capacidade de voar podem sofrer um declínio populacional ao longo do tempo.
“Descobrimos que [besouros] carnívoros não voadores, que são agentes críticos de controle de pragas, têm maior probabilidade de diminuir com o tempo em um clima mais quente e seco. Se você tiver menos carnívoros, terá mais pragas que podem afetar a agricultura”, disse Tong Qiu, autor do estudo, em um comunicado.
Entretanto, tudo não está perdido. De acordo com os especialistas, a conservação de habitats pode diminuir ou reverter esses efeitos.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais