O BHA (2,3-terc-butil-4-hidroxianisol) e o BHT (2,6-diterc-butil-p-creso) são substâncias encontradas em maquiagens, cosméticos, protetores solares, desodorantes, antitranspirantes, perfumes, cremes, medicamentos, plásticos, borrachas, motores a óleo e alimentos humanos como manteiga, bacon, carnes, doces, cervejas, farofas prontas e fast foods, e alimentos animais, como a ração.
Eles atuam como conservantes e antioxidantes. Com função conservante, eles agem inibindo o crescimento de micro-organismos. Já com função antioxidante, os compostos impedem a oxidação e sequestram radicais livres. Além disso, em cosméticos, o BHA faz uma esfoliação química, se livrando de células mortas, promovendo a renovação celular.
No entanto, embora possam parecer agentes benéficos, ambos os compostos oferecem efeitos negativos na saúde humana e animal.
Nas embalagens, o BHA e o BHT podem ser encontrados com os seguintes nomes: BHA, BHT, butylated hydroxyanisole, butylated hydroxytoluene, antioxyne b, antrancine 12, eec n°e320, embanox; nipantiox 1-f, protex, sustane 1-f, tenox BHA, DBPC, advastab 401, agidol, agidol 1, alkofen BP, antioxidant 29, antioxidant 30, antioxidant 4, antioxidant 4K, antioxidant KB e antrancine 8.
De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o BHA é considerado como possivelmente bha-bhtcarcinogênico em animais, devido a evidências suficientes baseadas em experimentos. Além disso, um estudo concluiu que, quando combinado com outros componentes possivelmente carcinogênicos, o BHA induz modificações no DNA, iniciando a mutagênese.
Já o BHT, apesar de apresentar o mesmo comportamento do BHA quando combinado com outros componentes carcinogênicos, não pode ser considerado carcinogênico, pois as evidências são limitadas e os resultados dos experimentos com animais não oferecem bases suficientes para conclusões. Segundo a IARC, o BHA se enquadra no grupo 2B (possivelmente carcinogênico) e o BHT se enquadra no grupo 3 (não classificado como carcinogênico para humanos).
O BHA e o BHT não estão relacionados somente à carcinogenicidade. Um estudo mostrou que essas substâncias mimetizam estrogênios naturais do corpo, sendo considerados disruptores endócrinos. Ainda, o BHA e o BHT são persistentes no ambiente e se acumulam em sedimentos e no fígado de organismos vivos.
É possível que esses compostos também estejam presentes em águas já tratadas e disponíveis para consumo e em organismos aquáticos ingeridos. Desse modo, o principal meio de exposição ao BHA e ao BHT ocorre pelo consumo de tais compostos.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o BHA e o BHT são permitidos em embalagens. Os compostos também são aceitos como antioxidantes em alimentos.
A primeira medida para se evitar o BHA e o BHT consiste em checar as embalagens dos cosméticos, a fim de evitar comprar produtos com esses componentes. Com relação aos alimentos, procure comer menos produtos industrializados, já que estes são os que possuem mais conservantes e antioxidantes. Também é preciso evitar a compra de rações animais que tenham o composto químico em sua composição.
Existem estudos que procuram por alternativas aos conservantes e antioxidantes sintéticos. Uma das soluções encontradas foi a utilização das folhas da amendoeira-da-praia, as quais são fontes de antioxidantes naturais.
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