BHA: o que é e principais riscos

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O BHA (2,3-terc-butil-4-hidroxianisol ou beta-hidroxiácidos) é uma substância que causa diversos prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente. Afinal, é considerada um Poluente Orgânico Persistente (POP) e disruptor endócrino. Em conjunto com o BHT, outro composto similar, fazem parte da composição de alimentos e cosméticos, apresentando diversas funções. O BHA ser encontrado em:

  • Maquiagens
  • Cosméticos
  • Protetores solares
  • Desodorantes
  • Antitranspirantes
  • Perfumes
  • Cremes
  • Medicamentos
  • Plásticos
  • Borrachas
  • Motores a óleo
  • Alimentos como manteiga, bacon, carnes, doces, cervejas, farofas prontas e fast-foods.

Qual é a função do BHA?

Ele atua como conservante e antioxidante. Com função conservante, ele age inibindo o crescimento de microrganismos. Já com função antioxidante, o composto impede a oxidação e sequestra radicais livres. Além disso, em cosméticos, o BHA faz uma esfoliação química, atuando na remoção de células mortas. Assim, a esfoliação pode estimular a produção de novas células, o que promove a renovação celular, melhorando a textura da pele e a aparência de rugas e linhas de expressão.

No entanto, embora possa parecer um agente benéfico, os compostos oferecem efeitos negativos na saúde humana e animal.

Nomes nos rótulos

Nas embalagens, o BHA pode ser encontrado com os seguintes nomes: butylated hydroxyanisole, butylated hydroxytoluene, antioxyne b, antrancine 12, eec n°e320, embanox; nipantiox 1-f, protex, sustane 1-f, tenox BHA, DBPC, advastab 401, agidol, agidol 1, alkofen BP, antioxidant 29, antioxidant 30, antioxidant 4, antioxidant 4K, antioxidant KB e antrancine 8.

Principalmente em produtos de skincare, o hidroxiácido é conhecido como ácido salicílico. Nesses casos, o ácido salicílico é comumente encontrado em conjunto com alfa-hidroxiácidos — como AHA. O AHA é bastante utilizado em tratamentos dermatológicos. Juntos, AHA e BHA são compostos químicos bem comuns em cosméticos para a pele.

Efeitos do BHA na saúde humana e no meio ambiente

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), o BHA tem potencial para desencadear câncer em animais. Isso devido a evidências suficientes baseadas em experimentos. Além disso, um estudo concluiu que, quando combinado com outros componentes possivelmente carcinogênicos, o BHA induz modificações no DNA, iniciando a mutagênese.

A substância não está relacionado somente à carcinogenicidade. Um estudo mostrou que ele mimetiza estrogênios naturais do corpo, sendo considerado um disruptor endócrino. Ainda, o BHA é persistente no ambiente e se acumula em sedimentos e no fígado de organismos vivos. 

É possível que esse composto também esteja presente em águas já tratadas e disponíveis para consumo humano e em organismos aquáticos ingeridos. Dessa maneira, a exposição aos beta-hidroxiácidos ocorre pelo consumo de tais produtos. 

Regulamentação nacional

No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o BHA é permitido em embalagens. Além disso, ele é aceito como antioxidante em alimentos.

Imagem de Anna Shvets no Pexels

Alternativas

A primeira medida para evitar o BHA consiste em checar as embalagens dos cosméticos, a fim de evitar comprar produtos com esse componente. Com relação aos alimentos, procure comer menos produtos industrializados, já que estes são os que possuem mais conservantes e antioxidantes.

Existem estudos que procuram por alternativas aos conservantes e antioxidantes sintéticos. Uma das soluções encontradas foi a utilização das folhas da amendoeira-da-praia, que são fontes de antioxidantes naturais.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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