Bicho de pé é o nome popular dado à condição de pele tungíase, causada pela pulga Tungas Penetrans. O inseto, comum de regiões tropicais e subtropicais, é conhecido como a menor pulga existente, tendo apenas 1 mm de tamanho. Por esse motivo, ela penetra partes do corpo animal para se alimentar de sangue, e pode causar a doença do bicho de pé.
Os habitats comuns desse ectoparasita são solos secos e arenosos, como praias, fazendas e estábulos. Os locais em que a aparição desses insetos é maior costumam ser o México, Índia Ocidental, e algumas regiões da África e da América do Sul. Para essas pulgas os hospedeiros favoritos são os porcos, mas elas também parasitam animais como cães, gatos, ratos, bois, carneiros, cabras, cavalos, seres humanos, burros e aves.
Para que o bicho de pé se desenvolva, a pulga fecundada penetra a pele do animal, deixando apenas o seu abdômen e a região anal para fora. Durante mais ou menos uma semana, o seu corpo dilata e aumenta de tamanho para quase 1 cm. Isso devido ao surgimento dos ovos dentro do seu organismo.
Um pouco depois disso,ela libera os ovos no solo, onde as larvas vão crescer e se desenvolver até virarem pulga — após duas fases de pupa. Assim que libera seus ovos, a pulga mãe é lentamente descolada do corpo de seu hospedeiro, onde costuma deixar uma região ulcerada e, em algumas situações, infecções secundárias. É importante frisar que apenas as Tungans Penetrans fêmeas podem causar bicho de pé através da penetração da pele, apesar de o macho também se alimentar de sangue.
O principal fator de risco do bicho de pé é a falta de proteção da pele em habitats da pulga Tungans. Andar descalço na areia ou em pastos pode acabar causando a condição, já que esses insetos vivem nessas regiões. Devido a sua baixa capacidade de pulo, a pulga só consegue alcançar tecidos que estiverem próximos ao solo, geralmente a sola dos pés.
Por esse motivo a tungíase leva o nome popular de bicho de pé. No entanto, ela também pode atingir mãos, braços, pernas, costas, qualquer parte da epiderme que tenha contato desprotegido com o solo infestado.
A manifestação do bicho de pé pode ser assintomática, mas também pode causar dor e desconforto, além de prurido. Para identificar a condição, basta encontrar um nódulo na pele com uma mancha redonda branca ao redor de uma marcha menor preta (o corpo da pulga). A condição, em alguns casos, se manifesta como várias lesões, devido a penetração de mais de uma fêmea.
Quando o bicho de pé não é tratado com rapidez, logo depois de penetrar a planta dos pés, a pessoa pode sofrer de infecções secundárias. É comum que os hospedeiros contraiam tétano, septicemia, linfangite, Staphylococcus aureus e gangrena gasosa. Sem os cuidados necessários a pessoa pode enfrentar a amputação de um membro e até a morte.
O tratamento da tungíase é simples, principalmente em suas fases iniciais. Basta comparecer a um dermatologista e pedir uma análise do caso. Em pessoas que só tiveram a lesão da pulga, o bicho de pé é retirado com uma agulha esterilizada e a aplicação de substâncias antissépticas.
Em situações onde o hospedeiro contraiu uma infecção secundária ou há muitas lesões na pele, recomenda-se uso de antibióticos e imunização contra tétano. Além disso, em alguns quadros, até mesmo procedimentos de retirada de membros.
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