Bilionário vai financiar ação climática da ONU após saída dos EUA

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Com a desistência dos Estados Unidos em financiar o órgão das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), o bilionário Michael Bloomberg assumiu um papel central ao prometer recursos que garantem a continuidade de sua operação. O impacto desse apoio não se limita à diplomacia climática; ele também reafirma o poder de mobilização fora das estruturas governamentais tradicionais, num momento em que as ameaças ambientais demandam ação coletiva.

Washington, que historicamente contribui com 22% do orçamento do secretariado da UNFCCC, deixou uma lacuna significativa ao abandonar o Acordo de Paris sob a liderança de Donald Trump. A convenção da ONU, responsável por promover respostas globais às mudanças climáticas e organizar conferências como a COP30, no Brasil, agora depende do comprometimento de atores externos. O orçamento estimado para o período de 2024-2025 é de 88,4 milhões de euros, o equivalente a US$ 96,5 milhões, segundo relatórios recentes.

Bloomberg, ex-prefeito de Nova York e enviado especial da ONU para ambições climáticas, já havia demonstrado liderança semelhante em 2017, quando o governo Trump também recuou. Na época, ele financiou a UNFCCC com até US$ 15 milhões e inaugurou a iniciativa “America’s Pledge”, monitorando o cumprimento das metas climáticas por estados, cidades e empresas norte-americanas. Este novo gesto reafirma sua dedicação em assegurar o progresso dos Estados Unidos como parceiro relevante no Acordo de Paris.

A liderança de Bloomberg foi elogiada por nomes influentes do movimento ambiental. Laurence Tubiana, que desempenhou papel-chave na elaboração do Acordo de Paris, destacou a relevância dessa doação para manter vivo um espaço essencial de cooperação internacional. Da mesma forma, Simon Stiell, chefe de clima da ONU, reforçou que contribuições desse tipo fortalecem os países no cumprimento de metas globais e na transição para um futuro resiliente.

A retirada dos EUA, formalizada através de uma ordem executiva, também alcançou a Organização Mundial da Saúde, para a qual Washington contribuía com 16,3% do orçamento total de US$ 7,89 bilhões no biênio 2022-2023. Embora as justificativas do governo Trump envolvam críticas à gestão desses órgãos, a comunidade internacional enxerga tais retiradas como retrocessos que ameaçam o progresso de ações globais coordenadas.

Com a próxima COP30 prevista para novembro, no Brasil, a continuidade das atividades da UNFCCC é vital para a discussão de estratégias que garantam a limitação do aquecimento global. Nesse cenário, a decisão de Bloomberg não apenas financia o trabalho essencial do órgão, mas também simboliza um apelo à responsabilidade coletiva, lembrando que a crise climática ultrapassa fronteiras e ideologias.

Equipe eCycle

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