A bioeconomia é um campo do conhecimento que se preocupa com o consumo consciente, também conhecido como economia sustentável. Em equilíbrio com o meio ambiente e os recursos naturais. Seu objetivo é construir uma economia pautada na utilização de recursos de base biológica, recicláveis e renováveis – ou seja, mais sustentáveis.
Caminhar para o desenvolvimento sustentável se tornou uma urgência de forma definitiva na agenda da sociedade. Até no mundo dos negócios a sustentabilidade está em jogo. Empresas que antes pensavam só em lucro, agora otimizam seus processos e movimentam o mercado internacional por meio da sustentabilidade empresarial.
A sustentabilidade é um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam cada vez mais entregar valor agregado e lifestyle, não somente mercadorias. A preocupação com o meio ambiente se converte em vantagem competitiva em mercados cada vez mais exigentes e desafiadores. Dessa forma, amplia-se a perenidade da marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
Para o desenvolvimento sustentável, os negócios devem estar amparados em boas práticas de governança, objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), com benefícios sociais e ambientais. Essa metodologia do desenvolvimento da biotecnologia influencia ganhos econômicos, a competição e o sucesso das organizações.
Qual o motivo da sustentabilidade ser tão importante para a economia? A população cresce em número e em capacidade de consumo. Com isso, a demanda pela utilização de recursos naturais aumenta de forma insustentável. A utilização de matrizes não renováveis tende ao esgotamento de matéria prima e à poluição do meio ambiente.
Para quebrar esse paradigma, existem conceitos econômicos que propõem um novo modo de gestão da sociedade, como a Economia Circular e a Bioeconomia.
A bioeconomia pode e está estreitamente ligada com a melhoria do desenvolvimento, na busca por novas tecnologias que priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente em seu eixo de elaboração. Ela reúne todos os setores da economia que utilizam recursos biológicos.
A entropia, conceito definido pelo físico alemão Clausius em 1850, tem papel central na bioeconomia. Ela defende que a energia precisa ser incluída na análise dos processos econômicos. A energia total do universo é constante, mas a entropia total continuamente aumenta. Ou seja, possuímos cada vez menos energia utilizável.
Recursos naturais (baixa entropia) de alto valor são transformados em resíduos (alta entropia) sem valor. Esses conceitos da biofísica podem parecer um pouco complicados. Porém, significam que uma tecnologia não é viável a menos que ela seja capaz de se manter sem reduzir o estoque de recursos não renováveis.
O conceito surgiu há meio século. O economista romeno Nicholas Georgescu-Roegen englobou nas ciências econômicas os princípios da biofísica. Na visão de Roegen, o processo de produção de bens materiais diminui a disponibilidade de energia para o futuro. Consequentemente, isso afeta a possibilidade de as novas gerações produzirem mais bens materiais.
O termo ficou mais conhecido a partir de sua utilização por parte da União Europeia (UE) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que usava-o para promover a biotecnologia como uma técnica para produzir novos produtos e mercados e para a geração de empregos.
A bioeconomia surgiu para possibilitar soluções eficazes e coerentes para os problemas sociais e ambientais contemporâneos. Os principais problemas incluem as mudanças climáticas, crise econômica mundial, substituição do uso de energias fósseis, saúde e qualidade de vida da população. Garantindo, assim, o bem-estar de todos os seres vivos
A Comissão Europeia, por exemplo, estabeleceu a bioeconomia como um plano de estratégia e ação para alcançar este objetivo. Ela incide sobre três aspectos fundamentais:
O objetivo é uma economia inovadora com baixas emissões, que concilie as exigências para a agricultura sustentável e a pesca. Além disso, entram na conta a segurança alimentar e o uso sustentável dos recursos biológicos renováveis para fins industriais. Assim, assegura-se, ao mesmo tempo, a prevenção da perda da biodiversidade e a proteção ambiental.
A bioeconomia contempla não apenas setores tradicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas também setores como as biotecnologias e bioenergias.
Podemos definir a bioeconomia como a aplicação de conhecimentos biológicos, em um ambiente sustentável, a produtos competitivos e com agregação de operações econômicas. Ela é dependente de pesquisa em biociências, tecnologias de informação, robótica e materiais.
A biotecnologia moderna já possibilita a criação de muitos produtos e processos que se adequam à bioeconomia. Como energia renovável, alimentos funcionais e fortificados, biopolímeros, biopesticidas, medicamentos e cosméticos. Com os avanços da biologia sintética, a tendência é que cada vez mais surjam biofármacos, bioinsumos e bioprodutos. Ao que tudo indica, o futuro será, de forma definitiva, bio.
O Brasil possui enorme riqueza natural, motivo que abre uma janela de oportunidades para seu protagonismo na bioeconomia mundial. Além disso, a competência do país em bioenergia, aptidões agrícolas e biotecnologia tornam o Brasil um ator de liderança nesse cenário.
Para participar de maneira significativa desse desafio, é importante garantir espaço para produtos inovadores e processos de base biológica. Alguns exemplos incluem segmentos vitais como a agricultura, a saúde, e as indústrias química, de materiais e de energia.
O país precisa adotar políticas que estimulem pesquisadores, cientistas e ambientalistas. Ao mesmo tempo que facilitem o acesso ao vasto patrimônio genético de nosso território.
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