A pandemia de Covid-19 está causando um verdadeiro estrago nos sistemas de saúde globais, além de perspectivas econômicas pouco animadoras para o futuro próximo. Mas nem tudo é tragédia. Mesmo um problema tão sério também tem seu lado positivo.
Sem o grande fluxo de barcos e turistas, as águas dos canais de Veneza ficaram cristalinas pela primeira vez em muitos anos. Em um país paralisado pela crise de saúde, os moradores comemoram a aparição de peixinhos nas águas, cujo leito teve tempo para descansar e decantar a poeira, adquirindo uma aparência cristalina (ainda que não necessariamente mais limpa).
Um estudo estima que o bloqueio na circulação de pessoas causado pelo coronavírus salvou 77.000 vidas na China apenas ao reduzir a poluição do ar durante os dois meses de paralisação gerados pelo coronavírus.
A natureza tem reagido muito bem à menor circulação de humanos. Peixes, golfinhos e até cisnes passeando em canais com águas cristalinas são a prova disso – embora as imagens não sejam uma grande novidade, como divulgado pela National Geographic, já que a aparição de cisnes é comum nos canais de Burano, uma pequena ilha na região metropolitana de Veneza, onde as fotos foram tiradas.
Porém, ver cisnes nadando em águas cristalinas não é assim tão comum, já que em condições normais os canais de toda a região ficam com águas turvas. Assim, mesmo que algumas postagens são sejam precisas ou mesmo distorçam a localização de onde foram vistos os animais, não se tratam exatamente de fake news, como divulgaram alguns veículos. Seria mais correto dizer que, em diversas partes da Itália, animais foram vistos nadando em paz em águas limpas, o que seria algo bem próximo de seu habitat natural, caso o fluxo de humanos nas regiões não fosse tão intenso. E quem pode culpar os animais por fugirem dos humanos, não é mesmo?
Com a circulação de balsas e outros barcos interrompida, os golfinhos puderam voltar a circular pela costa italiana, sem o risco de serem atropelados pelos navios que em geral circulam na região. Segundo a National Geographic, as imagens foram registradas em um porto na Sardenha, região ao sul do país, banhada pelo mar Mediterrâneo.
O conglomerado francês LVMH, que detém marcas de luxo como Dior, Guerlain e Givenchy, informou que começará a produzir álcool gel em suas fábricas de perfumes e cosméticos. Tudo será doado a hospitais franceses para o combate do coronavírus no país.
Ao comparar imagens de janeiro com outras de fevereiro, os satélites de monitoramento de poluição da NASA e da Agência Espacial Européia (ESA) detectaram reduções significativas de dióxido de nitrogênio (NO2) sobre a China. O fechamento de fábricas e a redução na circulação de pessoas fizeram os níveis de NO2 baixarem de 10 a 30% em várias partes do país, em comparação à média para o período.
A Ambev anunciou nesta terça-feira (17) que vai produzir 500 mil unidades de álcool gel para distribuir a hospitais da rede pública nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Até agora, os estados são os mais afetados pela crise e cada unidade de saúde receberá 5 mil frascos de álcool gel.
As duas gigantes da internet liberaram o acesso de seus programas Microsoft Teams e Google Hangouts de graça para facilitar a comunicação virtual de todos nesse período.
Claro/Net, Sky, Vivo TV e Oi TV liberam vários canais de graça para seus assinantes. Confira a lista.
Artistas, instituições culturais e serviços de streaming estão se mobilizando para oferecer conteúdo gratuito à população. Há também cursos e professores disponibilizando seu tempo para dar aulas on-line.
Em um período de tensão crescente e medo frente ao desconhecido, muitas pessoas estão se mobilizando para ajudar seus parentes e vizinhos. Em vários prédios, moradores mais jovens se ofereceram para ajudar idosos que moram sozinhos ou pessoas com medo de saírem na rua com as compras e outras tarefas que precisem ser feitas ao ar livre, como passear com o cachorro.
Todo esse contexto de isolamento é uma oportunidade para repensarmos o modo como levamos nossas vidas, em geral tão corridas e focadas apenas em nós mesmos. Seja esmagado no metrô, ocupando mais espaço do que seria necessário em um carro ou pedalando sua bicicleta, o coronavírus fez com que todos nós parássemos para refletir sobre o que nos é mais caro. Quem sabe essa expediência não nos ajuda, enquanto humanidade, a repensarmos nossa presença e o impacto de nossas ações no mundo, para que possamos construir uma sociedade mais justa, colaborativa e em harmonia com o meio ambiente.
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