Botulismo: o que é, sintomas e tratamento

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Botulismo é uma condição grave causada pelo contato com a toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium Botulinum. A toxina, comumente conhecida por seu uso em procedimentos estéticos, ataca o sistema nervoso e, quando não tratada, pode resultar em casos fatais.

O botulismo é uma doença grave, no entanto, ela é relativamente rara e a intoxicação pode acontecer apenas em casos específicos. Existem três tipos diferentes de toxinas botulínicas, A,B,C,D,E, F e G. Porém, apenas a A,B, E e F causam botulismo em seres humanos, enquanto a C,D e G causam problemas em outros mamíferos, aves e peixes.  

Como a Clostridium Botulinum é uma bactéria anaeróbica, ela só reproduz os seus esporos em locais sem oxigênio, como em alimentos mal refrigerados, solos pobres em nutrientes e conservas preparadas de forma inadequada. 

Quais os tipos de botulismo?

Existem tipos diferentes de botulismo, que divergem devido à forma como que são contraídos ou que se manifestam no corpo humano. Eles são:

Botulismo por intoxicação alimentar

Acontece devido ao consumo de alimentos contaminados com a toxina botulínica através do desenvolvimento de sua bactéria. Ela comumente se desenvolve em alimentos mal preservados, frutas, vegetais e peixes mal refrigerados e conservas feitas em casa. Alimentos industrializados também podem causar botulismo, embora seja raro.

Outros alimentos que causam botulismo por intoxicação:

  • Óleos com infusão de ervas;
  • Batatas cozidas em papel de alumínio;
  • Molhos de queijo enlatados;
  • Alho engarrafado;
  • Tomates enlatados;
  • Suco de cenoura;
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Botulismo infantil 

Adultos e crianças com mais de 12 meses raramente contraem botulismo devido à ingestão ou inalação de esporos de Clostridium Botulinum — a não ser que haja uma doença pré-existente que os faça suscetível. Entretanto, crianças menores de 12 anos podem desenvolver a doença caso inalem ou consumam os esporos. 

Uma vez no intestino da criança, esses esporos se proliferam e liberam a toxina que causa a condição. A forma mais comum de ingerir a bactéria ainda na infância é por meio do mel. Por esse motivo, o consumo de mel antes do primeiro ano de vida é contraindicado. 

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Botulismo de feridas

O botulismo de feridas se desenvolve quando a bactéria infecta uma ferida aberta, se prolifera e faz a liberação da toxina botulínica. A substância nociva é liberada na circulação sanguínea, o que pode apresentar um risco iminente à vida do indivíduo. 

A forma mais comum de pegar botulismo de ferida é através do contato com seringas e alicates não esterilizados. Pessoas que sofrem com dependência química e fazem o uso de drogas como heroína têm mais chance de contrair a doença.  

Botulismo iatrogénico

O botulismo iatrogénico é um dos casos mais raros da doença. Ele ocorre quando uma pessoa faz o uso exacerbado de injeções de botox — procedimento estético que usa uma pequena quantidade da toxina. A aplicação da substância por pessoas que não são profissionais também pode resultar no desenvolvimento da condição. Por isso, sempre opte pelo acompanhamento de um profissional especializado e capacitado.

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Toxemia por botulismo intestinal em adultos 

Outro caso super raro de botulismo, em que os esporos podem contaminar o intestino de um indivíduo, assim como no botulismo infantil. Essa condição pode surgir apenas em pessoas com o sistema digestivo comprometido.

Quais os sintomas do botulismo?

Os sintomas de botulismo podem variar de leves a severos, podendo aparecer de três a 30 dias após a contaminação do paciente. Os principais sinais da doença são:

  • Redução do reflexo de vômito;
  • Prisão de ventre;
  • Fraqueza ou flacidez;
  • Dificuldade em respirar;
  • Pálpebras caídas (ptose);
  • Perda da expressão facial;
  • Baba descontrolada;
  • Falta de apetite;
  • Dificuldade de engolir e mastigar;
  • Paralisia facial;
  • Diarreia;
  • Inchaço abdominal;
  • Fraqueza nos membros inferiores;
  • Irritabilidade;
  • Cansaço;
  • Boca seca.

Como tratar o botulismo?

Se você identificar um ou mais sintomas de botulismo, ligue para a emergência ou vá direto para um pronto socorro o mais rápido possível. O diagnóstico e tratamento devem ser feitos o mais rápido possível para que possuam melhor efeito. 

Para diagnosticar a doença são feitos de exames físicos, de sangue e fezes, análises dos sintomas e eliminação de possíveis casos de meningite ou derrame. O tratamento é feito através de cuidados e intervenções básicas para reduzir o impacto dos sintomas e lentamente melhorar o quadro do paciente.

Seu profissional de saúde pode solicitar a internação do paciente, para que ele seja observado até a sua melhora. Durante esse período serão prescritos medicamentos como anti-toxinas, para evitar que a toxina botulínica cause mais problemas.

Pessoas que enfrentam problemas de respiração durante o quadro de botulismo também podem fazer o uso de um aparelho de respiração (ventilador), até que o sintoma vá embora. No caso do botulismo de ferida, é retirada cirurgicamente a parte infectada e administrado uma série de antibióticos para evitar que a infecção retorne. 

É importante frisar que o tratamento feito por profissionais deve ser realizado imprescindivelmente. Isso porque a taxa de mortalidade do botulismo é de 5 a 10% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde

Quais os efeitos colaterais do botulismo?

Mesmo que tratado de maneira adequada, o botulismo ainda pode deixar efeitos colaterais, por ser uma doença grave sem cura imediata. Sendo assim, uma pessoa que contrai a infecção pode apresentar fadiga, fraqueza, falta de ar (dispneia) e problemas no sistema nervoso até depois de já ter melhorado. 

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Como prevenir o botulismo?

Existem vacinas para a prevenção do botulismo, porém elas não são amplamente distribuídas. De qualquer forma, bons hábitos para evitar a doença são essenciais para qualquer pessoa, independente da aplicação ou não da vacina.

Veja como prevenir a contração da condição:

  • Refrigere suas comidas pouco tempo depois de prepará-las, para que não estraguem;
  • Cozinhe bem os alimentos;
  • Não misture alimentos crus com aqueles que já estão cozidos;
  • Evite comprar alimentos com embalagens danificadas;
  • Esterilize seus potes e panelas;
  • Jogue fora alimentos que começaram a apodrecer;
  • Não dê mel para crianças;
  • Evite o uso de drogas injetáveis;
  • Procure tratamentos para infecções em feridas;
  • Faça a aplicação de botox com profissionais. 
Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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