O Brasil é um dos países que mais produzem lixo plástico no mundo e o que menos recicla. São 11 milhões de toneladas por ano, e apenas 9% do plástico produzido no mundo é reciclado. Os números fazem parte de dados divulgados pela ONU no ano passado. Ainda não existe uma lei específica para o descarte do plástico, mas já existem ações que proíbem seu descarte irregular, com destaque e hoje em dia, para a proibição de uso dos canudos feitos desse material em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Segundo a professora Patrícia Faga Iglésias Lemos, do Departamento de Direito Civil da Faculdade de Direito da USP, impor multas ou punições é positivo, surte efeito, mas são necessários uma mudança de comportamento das pessoas e um trabalho educativo. A professora lembra da existência da lei federal de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, na qual o descarte do material plástico se enquadra e proporciona uma destinação adequada. “O impacto dos resíduos dispostos inadequadamente no solo e também muitas vezes no mar é muito ruim para as pessoas, o meio ambiente e, no caso do mar, para os animais marinhos. Existe todo um entorno dessa lei que deve ser considerado e não somente a questão dos canudos”, observa. “A legislação é positiva ao impor um valor pelo descumprimento do seu regramento”, afirma Patrícia. Mas precisa ter um trabalho no comportamento, na educação, para alertar as pessoas.
Depois do refinamento e da fabricação dos milhares de produtos plásticos, eles vão parar nas prateleiras e, em sua maioria, acabam sendo rapidamente descartados (principalmente em se tratando de embalagens). No meio ambiente, os problemas são bem graves.
O plástico é difícil de ser compactado e gera um grande volume de lixo. Portanto, ele ocupa um grande espaço no meio ambiente, o que dificulta a decomposição de outros materiais orgânicos. A durabilidade e resistência do plástico viram problemas após o descarte. Como é à prova de fungos e bactérias, sua degradação é extremamente lenta, podendo demorar mais de 100 anos. Além disso, quando o plástico cai nos oceanos, ele se fragmenta em pequenas partículas plásticas, os chamados microplásticos, que acabam entrando da cadeia alimentar.
Um agravante é que todo plástico utilizado um dia se tornará microplástico. E o microplástico no ambiente acaba sendo um concentrador de outras substâncias tóxicas presentes no ambiente, como os POPs. O microplástico contaminado pelos POPs potencializa a contaminação de seres vivos pelo plástico, uma vez que, devido ao seu pequeno tamanho, alcança locais impensáveis: você sabia que o microplástico já está presente na água potável do mundo inteiro, no gelo polar, nos alimentos, na atmosfera, em animais da base da cadeia alimentar e no sal?
Diante de todas as desvantagens que o plástico traz, sem dúvida, concluímos que precisamos, além de reciclar o que já usamos, diminuir o consumo desse material. Para saber como você pode contribuir assista ao vídeo a seguir:
Fonte: Jornal USP
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