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O plano também prevê a contratação de 2,6 GW de energia hídrica

O Brasil prevê uma expansão de cerca de 41 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração de energia até 2026, com predomínio das usinas eólicas e solares, que deverão responder por quase 19 GWno período, segundo o cenário de referência de um estudo do governo divulgado em 14 de julho. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2026, da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta que essa trajetória deverá demandar cerca de 174,5 bilhões de reais em investimentos no período.

A perspectiva é, que ao final do plano, a participação das hidrelétricas, carro-chefe da geração no Brasil, caia para menos de 50% da matriz elétrica, ante pouco mais de 60% atualmente.

Ainda assim, o plano prevê a contratação de 2,6 GW em novas usinas hídricas, mas com a maior parte dessa capacidade estimada para entrar em operação apenas em 2026, último ano do horizonte de planejamento.

As previsões consideram um crescimento de 3,3% ao ano da carga de energia do sistema brasileiro entre 2016 e 2021, que aceleraria para 3,7% entre 2021 e 2026. Entre 2016 e 2026, a expansão média seria de 3,5%.

O cenário de referência da EPE prevê a entrada anual de 1 GW em usinas solares por ano entre 2020 e 2026, em um total de 7 GW no período. Ainda assim, devido à enorme crise econômica brasileira, o país deve chegar ao final de 2026 com uma carga de 91,2 GW médios, contra 94,5 GW médios estimados para o final de 2024 no último Plano Decenal, publicado no final de 2015.

Já a expansão eólica deverá começar em 1 GW em 2020 e passar para 1,8 GW anual a partir já de 2021, com cerca de 80% dos empreendimentos no Nordeste e 20% no Sul do país.

Ainda está estimada a contratação de térmicas à gás natural, pouco mais de 1 GW, além de mais de 12 GW em usinas para atender o horário de ponta de consumo no sistema, principalmente no Sudeste e no Sul.

Outros cenários

Mas o plano decenal também traz projeções de cenários alternativos, como um que simula um crescimento mais robusto da economia brasileira e um que considera incertezas da demanda, além de alternativas no caso de grande barateamento das usinas solares ou para o caso de restrição total à construção de novas hidrelétricas, entre outros.

A EPE ainda projetou investimentos em transmissão de eletricidade, que devem alcançar 64 bilhões de reais no período, sendo 42 bilhões de reais em linhas de energia e 22 bilhões de reais em subestações, considerando-se apenas empreendimentos ainda não contratados.

O Plano Decenal ficará em consulta pública até 6 de agosto. O documento aponta também perspectivas para a expansão nos setores de petróleo e gás e combustíveis.

Nucleares e Tapajós

Os estudos da EPE apontam para o início da operação comercial da usina nuclear de Angra 3, da Eletrobras, cujas obras estão paralisadas atualmente, apenas em janeiro de 2026.

Já a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que tem potencial para ser uma das maiores do país, não consta dos planos, embora o órgão ressalte que o projeto continua no horizonte do governo e poderá ser retomado adiante.

“O processo que envolve essa usina continua sendo acompanhado pela EPE e, solucionadas todas as questões ambientais, ela poderá compor a cesta de oferta candidata à expansão em planos futuros”, afirma a EPE sobre o empreendimento, que é alvo de forte resistência de ambientalistas.



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