Para alcançar extinção zero, outras medidas devem ser adotadas
Considerado o país mais biodiverso do mundo, o Brasil lançou, em 8 de dezembro, durante a Conferência das Partes (COP 13) sobre Diversidade Biológica, realizada em Cancun, no México, a edição do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O levantamento de espécies ameaçadas, realizado entre 2010 e 2014, representa o maior esforço mundial sobre o tema já feito em um país, e agora foi consolidado no livro.
De acordo com o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, a publicação do estudo completo é o primeiro passo para alcançar a extinção zero e funciona como uma das estratégias do país para o cumprimento de metas internacionais de combate à perda da biodiversidade. “A pesquisa avalia, pela primeira vez, o risco de extinção de todos os vertebrados que ocorrem no Brasil e de um grupo selecionado de invertebrados. Ela irá orientar a criação, ampliação e melhoria de unidades de conservação no Brasil”, ressaltou.
O diretor destaca que o levantamento auxiliará o país a alcançar a extinção zero das espécies nativas e cumprir a meta de Aichi número 12 (Em 2020, a extinção de espécies em extinção conhecidas deve estar prevenida e sua situação de conservação, particularmente para aquelas de maior declínio, melhorada e sustentada).
O livro
O estudo é fruto do trabalho de 1.270 cientistas coordenados pelo ICMBio, com treinamento e orientação da pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, sigla em inglês) e colaboração de dezenas de outras organizações, com metodologia globalmente reconhecida pela UICN.
O levantamento analisou o status de conservação de 12.254 espécies e o risco de extinção, incluindo peixes e invertebrados aquáticos. Na lista anterior, divulgada em 2003, haviam sido avaliadas 816 espécies. O livro aponta um incremento na quantidade de espécies ameaçadas. O total nessa situação é de 1.173, divididas em três categorias: Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).
Maretti informa que, para alcançar extinção zero, outras medidas devem ser adotadas, como a criação e melhoria de unidades de conservação, planos de ação para redução das ameaças e listas de espécies ameaçadas para políticas públicas.
Unidades de Conservação
A proteção de habitats por meio de Unidades de Conservação (UCs) é o meio mais utilizado, no Brasil para reduzir o risco de extinção das espécies. São 2029 UCs, entre federais, estaduais, municipais e particulares, sendo que 326 são geridas pelo ICMBio. Mesmo assim, 180 espécies ainda estão fora das UCs.
Livro Vermelho da Fauna – Sumário Executivo