No mês das águas, Brasília é palco de debates sobre recursos hídricos

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Eventos transformam Brasília em palco de debates sobre os recursos hídricos do planeta

Foto: divulgação

Neste mês de março, Brasília será palco de debate sobre o futuro das águas. De um lado, o evento promovido pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo federal e com a presença de grandes empresas como Ambev e Nestlé, o Fórum Mundial da Água. Com a participação 1500 instituições na elaboração da programação, participantes de 160 países, 2000 jornalistas credenciados e atividades gratuitas e pagas.

Do outro lado, e em contraposição ao 8º Fórum Mundial da Água, o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama), organizado por movimentos sociais, povos indígenas, ribeirinhos, sem-teto, quilombolas, do campo, periféricos urbanos e com todas as atividades gratuitas.


Foto: divulgação

Ambos os eventos afirmam sua importância e contribuição para o debate sobre as águas e há quem participará dos dois mas, essencialmente, eles são diferentes.

O oficial e o alternativo

Enquanto o 8º Fórum Mundial terá um custo de aproximadamente 22 milhões de euros (89 milhões de reais), tendo um terço desse valor vindo dos cofres públicos (da União, do Distrito Federal e da Agência Nacional de Águas), organizadores do Fórum Alternativo calculam os gastos públicos em R$ 1,2 milhão – advindos de emenda parlamentar do deputado distrital Ricardo Vale (PT) e da Agência Nacional de Águas.

A participação em um dia do 8º Fórum Mundial custa R$ 455, em todos os dias, o custo sobe para R$ 1.490. Já no Fórum Alternativo, a participação é gratuita em todos os dias. A colaboração, para quem pode ajudar, varia entre R$ 50 e R$ 500.

Em entrevista ao Projeto Colabora, a pesquisadora Ana Lúcia Britto, mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que participará dos dois eventos, mas critica o alto valor das inscrições do oficial: “Claro que no evento oficial teremos chefes de estado e uma questão de segurança, mas dava para montar um evento mais democrático. A sociedade civil não pode participar de um evento cuja inscrição custa R$ 750 reais”.

Boato ou verdade?

Atualmente discute-se sobre uma suposta negociação do uso dos recursos hídricos provenientes do Aquífero Guarani (maior reserva de água doce do mundo localizada no Brasil) por parte da Coca-Cola e da Nestlé.

Nesse contexto, questionando as intenções da iniciativa privada no âmbito dos recursos hídricos brasileiros, o Fama surgiu como contraponto ao evento maior – e tem como objetivo mostrar o valor das conquistas atuais da legislação vigente, que não permite a privatização dos recursos hídricos, e reafirmar a universalização da água e seu uso como um direito e não mercadoria.

O 8º Fórum Mundial da Água acontecerá entre os dias 17 e 23 de março de 2018 e toda a receita do evento se reverterá em ações e benefícios para a sua realização e para seus participantes. Uma das atividades mais concorridas do evento é a viagem de asa delta pelas riquezas hídricas naturais.


Foto: divulgação

Já o Fórum Alternativo Mundial da Água acontece entre os dias 18 e 23 de março.

Discutir o tema da água no momento em que Brasília enfrenta uma crise hídrica é uma atividade oportuna e necessária para que a sociedade civil se engaje na gestão dos recursos hídricos.

Serviço:

Fórum Mundial da Água

  • Data: 18 a 23 de março de 2018
  • Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília – DF
  • Saiba mais ou inscreva-se

Fórum Alternativo Mundial da Água

  • Data: 17 a 22 de março de 2018
  • Locais: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade e UNB (ASA Norte)
  • Saiba mais ou inscreva-se


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