Caixão de cogumelo e o futuro dos enterros

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O caixão de cogumelo é um caixão feito a partir de micélio — a parte vegetativa do fungo, quase como uma “raiz” que é responsável pela absorção de nutrientes.  O caixão usa esse material para se auto decompor e para acelerar o processo de decomposição do corpo humano. 

Seu primeiro protótipo foi criado pelo holandês Bob Hendrikx, que foi inspirado pela falta de alternativas sustentáveis no serviço funerário. O caixão de cogumelo é uma alternativa eco-friendly e carbono negativo.

Benefícios 

Os fungos conseguem fazer a compostagem de diversos materiais orgânicos e inorgânicos, do papelão ao plástico. Sua eficiência já foi comprovada até em “comer” radiação. Por isso, é possível dizer que os cogumelos têm a capacidade de reduzir diversos impactos ambientais. 

Além disso, o caixão de cogumelo também diminui o tempo de decomposição. Os caixões funerários convencionais levam por volta de 20 anos para se decompor, enquanto o caixão de cogumelo leva por volta de seis semanas. 

O impacto dos serviços funerários 

Serviços funerários como a cremação e o enterro comum são técnicas que acabam contribuindo para a emissão de gases do efeito estufa e para a poluição em geral. 

É estimado que apenas um processo de cremação seja responsável pela produção de mais de 100 kg de dióxido de carbono. Um relatório publicado em 2008 pela Adelaide’s Centennial Park indica que o enterro comum gera por volta de 39 kg de CO2, ainda assim, avaliando os efeitos em longo prazo, ele tem 10% mais impacto negativo no meio ambiente do que a cremação. A maioria das emissões vem da manutenção dos túmulos e do cemitério. 

Concreto que vem da poluição

O concreto usado nos túmulos é considerado um dos materiais mais destrutivos do planeta. Os químicos utilizados no embalsamento dos corpos também podem ser absorvidos pelo solo e causam danos ao local. Além disso, os cemitérios ocupam muito espaço e podem requerer o desmatamento de certas áreas para a implantação de túmulos.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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