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Campinas revisou seus planos ambientais e formalizou as soluções baseadas na natureza (SBN) como parte central das políticas, ações e metas para o meio ambiente do município
Por Lara Caccia em WRI Brasil | Instituída por decreto municipal, a revisão fortalece o compromisso da cidade paulista com a adaptação climática, resiliência, visão de longo prazo e priorização de um desenvolvimento urbano sustentável, equitativo e inclusivo.
As SBN foram incluídas de forma transversal na revisão integrada de três planos: Plano Municipal do Verde, Plano Municipal de Recursos Hídricos e Plano Municipal de Educação Ambiental. A incorporação em políticas públicas ajuda a garantir que as ações serão implementadas independentemente dos ciclos de governos, e gera credibilidade para a captação de recursos. Um grupo permanente de articulação institucional será responsável por monitorar as metas e indicadores do plano.
Processo participativo e multissetorial
Coordenado pela Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SVDS), o processo de revisão dos planos alinhou os objetivos específicos, metas e ações das diversas políticas, para que estejam articuladas e se potencializem ao longo do período de implementação. Desde a etapa de alinhamento estratégico, o sucesso do plano foi condicionado à participação ampla da sociedade e a um olhar integrado para as políticas em escala municipal.
Por isso, o grupo de trabalho foi formado com representantes de diversas secretarias e órgãos municipais, de modo a compor uma visão holística e transversal, que incluiu áreas como infraestrutura, habitação, defesa civil, assistência social e educação. A população foi incluída por meio de oficinas em todas as regiões da cidade, com mais de cem participantes. As propostas de revisão foram discutidas e validadas em reuniões com o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema).
Olhar para os perigos climáticos
O processo contou com apoio técnico do WRI Brasil e da iniciativa Cities4Forests, que realizaram um diagnóstico para a cidade de exposição e vulnerabilidades a diferentes perigos climáticos (como inundações, alagamentos e ondas de calor) e elaboraram uma estratégia para a adoção de soluções baseadas na natureza em diversas escalas, que indica áreas prioritárias para implementação. Os produtos subsidiaram a revisão dos planos, e muitas das ações sugeridas na estratégia foram incorporadas às metas e ações.
Campinas tem um histórico recente de políticas voltadas para a proteção da biodiversidade. WRI Brasil e Cities4Forests têm colaborado com a cidade e os demais municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Dois exemplos desse apoio são o estudo sobre infraestrutura natural para água na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e um mapeamento de áreas prioritárias para restauração, subsídios importantes do Plano de Ação para Implementação da Área de Conectividade, lançado em 2021, e que visa conectar, por meio de corredores ecológicos e parques lineares, os remanescentes de Mata Atlântica da RMC.
Uma nova revisão dos planos está prevista para 2026. Até lá, a cidade segue desenvolvendo ações pelo clima, como o Plano Municipal de Ação Climática, além de capacitações e pilotos de jardim de chuva com apoio do WRI e do WRI Brasil.
Este texto foi originalmente publicado pela WRI Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
