A decisão de proibir fabricação e importação de seis tipos de plásticos começará a valer já em dezembro de 2022 e as vendas um ano depois
Na segunda-feira, o governo do Canadá proibiu a fabricação de plásticos de uso único como sacolas, canudos, copos, talheres e embalagens de fast-food.
“Apenas 8% do plástico que jogamos fora é reciclado”, disse o ministro federal da Saúde, Jean-Yves Duclos, em francês, ao jornal The Guardian, acrescentando que 43.000 toneladas de plásticos descartáveis por ano chegam ao meio ambiente, principalmente nas vias navegáveis.
Duclos foi acompanhado pelo ministro do Meio Ambiente, Steven Guilbeault, em uma praia na cidade de Quebec para anunciar o texto regulatório final, que inclui a proibição de sacolas plásticas de uso único, talheres, canudos, palitos e recipientes para viagem.
A proibição de fabricação e importação desses seis tipos de itens começará em dezembro de 2022 e a proibição de venda um ano depois. Até o final de 2025, o Canadá também proibirá a exportação, tornando-se “a primeira entre jurisdições de pares a fazê-lo internacionalmente”, de acordo com um comunicado de imprensa do governo.
“A população canadense foi muito clara conosco”, disse ele ao The Guardian sobre a prevalência de plástico no solo, ar, água potável e alimentos. “Eles estão cansados de ver lixo plástico em parques, ruas [e outros locais].”
Os regulamentos têm algumas exceções notáveis. Os varejistas poderão vender canudos flexíveis de plástico de uso único se forem embalados ao lado de um recipiente de bebida e desde que a embalagem tenha sido feita fora do estabelecimento.
Eles também poderão vender pacotes de 20 ou mais canudos de uso único, desde que sejam mantidos fora da vista do cliente.
Também ausentes dos novos regulamentos estão as proibições de embalagens plásticas para bens de consumo – a principal fonte de resíduos plásticos em todo o mundo, embora o Canadá tenha prometido garantir que todas as embalagens plásticas contenham pelo menos 50% de conteúdo reciclado até 2030.
Em 2018, o Canadá liderou a criação da Carta Internacional de Plásticos Oceânicos, que já foi assinada por 28 países, incluindo França, Alemanha e Costa Rica. A promessa inclui medidas para reduzir o uso de plásticos e trabalhar com a indústria para aumentar as taxas de reciclagem de plásticos.