O governo canadense acaba de decretar o fim do uso de sacos, canudos, talheres, embalagens e outros produtos de plástico descartável no país até o final de 2021. O anúncio foi na quarta-feira, 7, pelo atual ministro do meio ambiente, Jonathan Wilkinson. Ele reconheceu que o Canadá está, hoje, alguns passos atrás da Europa nos esforços para reciclagem; por isso, promete banir do país os plásticos mais prejudiciais ao meio ambiente.
A medida faz parte de um plano maior, que prevê a eliminação de resíduos de plástico até 2030. A pauta está no centro da agenda climática e ambiental do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Em coletiva de imprensa, Wilkinson mostrou preocupação com a ameaça que a poluição por plástico representa para o meio ambiente, contaminando rios, lagos e oceanos e ceifando a vida de animais aquáticos.
De acordo com o governo canadense, o plástico descartável constitui a maior parte do lixo plástico presente nos ambientes de água doce do Canadá. Além disso, os plásticos descartáveis são prejudiciais ao meio ambiente, difíceis ou caros de reciclar e não são primordiais, uma vez que já existem alternativas mais sustentáveis disponíveis.
O governo estima que os canadenses joguem fora, anualmente, mais de 3 milhões de toneladas de lixo plástico. São descartadas 15 bilhões de sacolas por ano e 57 milhões de canudos por dia. Desse total, somente 9% é reciclado: o restante vai parar em aterros sanitários ou no meio ambiente.
O primeiro ministro declarou que o governo pretende aumentar o percentual de reciclagem de plásticos para 90%, em consonância com as metas europeias até 2029. Wilkinson ainda afirma que muitos plásticos ainda continuarão a ser de uso único, mas ressalta a importância de que eles sejam reciclados para evitar mais danos ao meio ambiente.
O governo propõe também estabelecer requisitos mínimos para a composição de material reciclado em produtos e embalagens. A ideia é estimular os processos de reciclagem e convidar as empresas a trabalhar em designs de produto que estendam a vida útil dos materiais plásticos. O plano do governo inclui também soluções para manter o plástico presente na economia, sem prejudicar o meio ambiente.
Os equipamentos de proteção individual, ou EPIs, se tornaram parte da vida das pessoas durante a pandemia do novo coronavírus. Muitos desses equipamentos contêm plásticos descartáveis em sua composição. Por isso, Wilkinson esclareceu que a proibição do plástico de uso único não vai afetar o acesso a EPIs ou a qualquer outro plástico usado na rotina médica.
Por outro lado, ele afirma que o governo está de olho na poluição provocada pelo uso de equipamentos de proteção. O ministro do meio ambiente ressaltou que questões relacionadas à poluição por EPIs foram discutidas no Conselho Canadense de Ministros do Meio Ambiente. Ele afirma que o governo se compromete a trabalhar em conjunto com a indústria para garantir o descarte adequado ou a reciclagem desses equipamentos, pensando também em soluções para transformar parte dos EPIs em produtos biodegradáveis.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais