Câncer no sangue: causas e sintomas

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Câncer no sangue é um termo utilizado para nomear doenças onco-hematológicas que afetam a medula óssea, o sistema linfático e o sangue. Ele é uma resposta a mutações nas células sanguíneas, tipicamente associadas a fatores externos fora do controle humano. 

Na maioria dos casos de câncer de sangue, o processo normal de desenvolvimento de células sanguíneas é interrompido através do crescimento incontrolável de células cancerígenas. Esse crescimento afeta a capacidade das células em performar suas funções básicas, como combater infecções ou prevenir sangramentos graves.

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Tipos de câncer no sangue

Existem três principais tipos de câncer no sangue, são eles: 

Leucemia 

A leucemia é um tipo de câncer comumente encontrado no sangue e na medula óssea. Ele é resultante da produção anormal de glóbulos brancos, que são incapazes de combater infecções. Além disso, ele afeta a produção de glóbulos vermelhos e plaquetas da medula óssea. 

É o tipo mais comum de câncer no sangue e é mais comum entre crianças e adolescentes. Contudo, a sua taxa de sobrevivência quadruplicou nos últimos 40 anos.

Esse tipo de câncer pode ser dividido em quatro subtipos, caracterizados pelo tipo de glóbulo branco que afeta e se cresce rapidamente (leucemias agudas) ou lentamente (leucemias crônicas).

  • Leucemia linfocítica aguda (LLA): esse tipo de leucemia começa com glóbulos brancos, chamados linfócitos, na medula óssea. Pessoas com a leucemia linfocítica aguda produzem um excesso de linfócitos, que comprometem a ação dos glóbulos brancos.
  • Leucemia mieloide aguda (LMA): começa nas células mieloides, que normalmente são responsáveis pela produção de glóbulos brancos e vermelhos e plaquetas. A LMA causa a redução dos três tipos de células sanguíneas.
  • Leucemia linfocítica crônica (LLC): mais comum em adultos. Assim como a LLA, começa com os glóbulos brancos na medula óssea, porém, com um retardo de crescimento. 
  • Leucemia mieloide crônica (LMC): similar à LMA, começa nas células mieloides, mas as células anormais crescem lentamente.

Linfoma

Afeta o sistema linfático, responsável pela eliminação do excesso de líquidos do organismo, enquanto produz células imunológicas. Nessa condição, os linfócitos tornam-se células do linfoma, que se multiplicam e se acumulam nos gânglios linfáticos e outros tecidos. Ao longo do tempo, o linfoma prejudica o sistema imunológico. 

Assim como a leucemia, a taxa de sobrevivência desse tipo de câncer duplicou nos últimos 40 anos. 

Os dois principais tipos de linfoma incluem: 

  • Linfoma de Hodgkin: também conhecida como doença de Hodgkin, a condição é originada nos linfonodos do sistema linfático, principalmente em células imunológicas chamadas de linfócitos B — responsáveis pela produção de anticorpos. Pessoas com linfoma de Hodgkin possuem grandes linfócitos chamados células de Reed-Sternberg em seus gânglios linfáticos.
  • Linfoma não Hodgkin: originado em linfócitos B e outros tipos de células imunológicas, conhecidas como células T. É mais comum que o linfoma de Hodgkin. 

Ambos os tipos de linfomas também são divididos em subcategorias baseadas no início e comportamento do câncer no sangue.

Imagem de allinonemovie do Pixabay

Mieloma

O mieloma é o câncer das células plasmáticas, da medula óssea. A medula óssea é uma substância esponjosa encontrada no centro dos ossos, que fabrica células-tronco e outras substâncias, que produzem células sanguíneas.

Ao se espalharem, as células de mieloma prejudicam os ossos e células sadias, o que, consequentemente, impede a produção normal de anticorpos, deixando o sistema imunológico enfraquecido e suscetível a infecções.

Em alguns casos, a doença pode ser conhecida como mieloma múltiplo devido à sua capacidade de afetar múltiplas partes do corpo ao mesmo tempo.

Quais são os sintomas do câncer no sangue?

Os sintomas do câncer no sangue podem variar de acordo com o tipo de câncer. No entanto, existem sintomas que se adequam a todos os tipos da doença. São eles: 

  • Fadiga; 
  • Febre persistente; 
  • Suor noturno excessivo; 
  • Sangramento ou hematomas incomuns;
  • Infecções frequentes;
  • Dor nos ossos; 
  • Perda de peso repentina; 
  • Gânglios linfáticos inchados ou aumento do fígado ou baço.

O que causa o câncer no sangue?

Embora pesquisas científicas comprovem que a causa do câncer no sangue seja a mutação do DNA das células sanguíneas, ainda não se sabe exatamente o que impulsiona essa mudança. No entanto, muitos especialistas creditam a influência da genética para o desenvolvimento da condição. 

Veja como a mudança genética pode causar os três tipos de câncer no sangue:

  • Leucemia: especialistas acreditam que os cromossomos podem impulsionar as mudanças no DNA. Os cromossomos são fitas de DNA. Quando as células se dividem e formam duas novas células, elas copiam essas fitas de DNA. Às vezes, os genes de um cromossomo mudam para outro cromossomo. Na leucemia, essa mudança pode afetar um par de genes que ajuda as células a crescer e outro conjunto de genes que suprime tumores.
  • Linfoma: especialistas sugerem que o linfoma seja uma resposta a certos tipos de infecções ou ao enfraquecimento do sistema imunológico. 
  • Mieloma: pesquisadores investigam possíveis ligações entre o mieloma e as alterações cromossômicas que afetam os genes que controlam o crescimento das células plasmáticas.
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Tem cura para câncer no sangue?

O câncer no sangue pode ser curado. Na maioria das vezes, o objetivo dos tratamentos é a cura. Entretanto, quando ela não é possível, há um número crescente de tratamentos que podem ajudar, incluindo: 

Como já mencionado, a taxa de sobrevivência de diversos tipos de câncer no sangue aumentou nos últimos anos. Segundo Helmy Eltoukhy, Ph.D., cofundador, presidente e co-diretor executivo da Guardant Health, isso é uma consequência direta da evolução da oncologia de precisão – “a prática de combinar o paciente certo com o tratamento certo no momento certo”. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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