A planta Cannabis sativa é uma herbácea da família das Canabiáceas utilizada nas versões maconha e cânhamo. Estas se diferenciam de acordo com o teor de uma substância psicoativa chamada THC (tetra-hidrocanabiodiol). Geralmente o cânhamo não apresenta mais que 0,3% de THC por peso seco.
Classificada pelo botânico sueco Carolus Linneaeus, a planta também é conhecida por Cannabis sativa L. – que remete ao sobrenome do especialista.
O cultivo de cannabis é controlado por lei, e sua legalização varia de país para país. Quando legalizado, ele pode ser usado na fabricação de biocombustíveis, óleo, resinas, têxteis, papel, cerveja, entre outros usos. Já a maconha, apesar de seu cultivo ser ilegal em alguns países, é utilizada principalmente como forma de relaxamento e recreação.
Confira o que alguns estudos dizem a respeito do uso da Cannabis Sativa em suas versões de maconha e cânhamo.
Entre os efeitos de curto prazo da sativa, estão o estímulo mental, aumento de energia e redução da ansiedade. Contudo, além desses efeitos, ela pode impactar a saúde quando usada regularmente. Confira os outros possíveis efeitos da cannabis:
O uso de cannabis pode ajudar e prejudicar a criatividade de empresários, de acordo com um estudo publicado no Journal of Business Venturing.
Os cientistas descobriram que os empreendedores usuários de maconha geraram novas ideias para seus negócios. No entanto, estas eram menos viáveis, em comparação com as ideias geradas por empresários não usuários de cannabis.
O aumento da originalidade e a diminuição da viabilidade das ideias de negócios dos usuários de cannabis em relação aos não usuários surgiram apenas para empresários que relataram uma paixão relativamente forte por explorar novas ideias de negócios.
Um estudo liderado pela Universidade de Queensland examinou pessoas que começaram a usar cannabis de modo regular na escola ou no início dos 20 anos. Por fim, ele comparou ambas com não usuários.
Curiosamente, os resultados mostraram que os usuários regulares de cannabis eram mais propensos a consumir álcool de forma mais arriscada. Além de fumar tabaco, usar drogas ilícitas e não estar em um relacionamento aos 35 anos. Por fim, tem maior risco de depressão e menos probabilidade de ter um trabalho remunerado.
Isso não significa que a maconha é a responsável por estes fatores, pois os dados são, por enquanto, apenas correlacionados, e não relacionados.
Um estudo descobriu que adolescentes que usam cannabis com frequência podem apresentar um declínio no Quociente de Inteligência (QI) ao longo do tempo.
Os resultados revelaram que houve declínios de aproximadamente dois pontos de QI ao longo do tempo entre aqueles que usam cannabis com frequência. Isso em comparação com aqueles que não usam. Uma análise posterior sugeriu que esse declínio nos pontos de QI estava principalmente relacionado à redução no QI verbal.
Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade Ben-Gurion do Negev (BGU) mostrou que o uso medicinal da cannabis pode reduzir a pressão arterial em adultos mais velhos.
Os pacientes foram avaliados por meio de monitoramento ambulatorial da pressão arterial de 24 horas, exames de sangue e medições corporais. Antes e três meses após o início da terapia com cannabis.
No estudo, os pesquisadores descobriram uma redução significativa nos valores da pressão arterial sistólica e diastólica em 24 horas, com o ponto mais baixo ocorrendo três horas após a ingestão de cannabis por via oral por meio de extratos de óleo ou pelo fumo.
Um estudo descobriu que o uso de cannabis por mulheres grávidas pode afetar a placenta e estar relacionado a níveis mais elevados de ansiedade, agressão e hiperatividade em crianças. Além disso, outras pesquisas demonstraram que utilizar cannabis durante a gravidez pode comprometer o desenvolvimento do cérebro.
O uso de C. sativa junto com outras drogas pode representar um risco significativo de interações medicamentosas prejudiciais. A informação foi apontada por uma nova pesquisa feita por cientistas da Washington State University, nos Estados Unidos.
Embora em seu estado puro a maconha e suas variáveis sejam proibidas no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova a importação de produtos medicinais à base de cannabis desde 2015. Um desses produtos, aprovado em 2022, é o Canabidiol Active Pharmaceutical, produzido no Canadá e comercializado no Brasil. Trata-se de um ativo de canabidiol (CBD) e THC usado no tratamento de diversas condições médicas.
Os usos de substâncias químicas e até da maconha podem causar vício (ainda que psicológico, e não químico), seja na forma de C. sativa ou Cannabis indica. Embora no caso da maconha esse resultado possa ser mais escasso, ainda existem dados que comprovem a sua ação no vício. Como já mencionado, a planta possui diversos efeitos adversos que podem ser prejudiciais à saúde.
Se quiser parar, procure ajuda. Confira o site dos Narcóticos Anônimos para mais informações sobre reuniões ou acesse sua linha de ajuda.
O cânhamo e suas variantes podem ser utilizadas de diversas formas. Confira seus usos populares:
Uma equipe de cientistas da Universidade de Novi Sad na Sérvia e do Centro de Pesquisa Alimentar Guelph no Canadá descobriu que a farinha de cânhamo, um subproduto do óleo de cânhamo prensado a frio, em combinação com folhas de chá verde descafeinado pode ser usada para fazer bolachas sem glúten com propriedades funcionais.
A farinha de cânhamo, como subproduto do processo de prensagem a frio do óleo, é rica em:
Portanto, um ingrediente muito valioso para uso na produção de alimentos. Em termos de composição de aminoácidos, as proteínas da semente de cânhamo são comparáveis à clara do ovo e à proteína de soja. As folhas de chá verde contêm compostos que demonstraram ter benefícios à saúde. Isso inclui a prevenção do câncer de vários tipos, bem como a redução dos níveis de colesterol LDL.
As descobertas do estudo sugerem que os consumidores podem se beneficiar do consumo desses biscoitos sem glúten com qualidades nutricionais superiores. Principalmente em termos de alto teor de proteína, fibras brutas, minerais e ácidos graxos essenciais e propriedades antioxidantes.
Um estudo detalhou quantos compostos saudáveis o óleo de semente de cânhamo contém. Ele também revelou que este produto possui altos níveis de vitaminas A, C e E e beta-caroteno. Além disso é rico em proteínas, carboidratos, minerais e fibras.
Os pesquisadores ainda descobriram que o óleo de cânhamo tem uma variedade de substâncias interessantes. Sendo elas esteróis, álcoois alifáticos e ácidos linoleicos, que pesquisas sugerem que promovem uma boa saúde.
Por exemplo, ele contém ácido α-linolênico, que é um ácido graxo ômega-3 que alguns estudos sugerem que ajuda a prevenir doenças coronárias. As descobertas podem ter implicações nas indústrias farmacêutica, cosmética, alimentar e não alimentar, afirmam.
O leite de semente de cânhamo é uma alternativa eco-friendly ao leite de origem animal. Suas raízes são profundas, o que melhora a estrutura do solo e reduz a presença de fungos. Também é resistente a doenças e produz muita sombra, o que impede o crescimento de ervas daninhas. Isso, por sua vez, reduz a necessidade de pesticidas.
O cultivo de cânhamo requer mais água do que a soja, mas menos do que amêndoas e laticínios. Apesar de ser uma das culturas mais antigas utilizadas, principalmente na Europa, o cânhamo é produzido em quantidades muito baixas. Por isso tem potencial para crescer.
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