O capitalismo consciente é uma filosofia de negócios desenvolvida por John Mackey, cofundador e CEO da Whole Foods Market, e Raj Sisodia, especialista em gestão e professor da Babson College. Juntos, eles fundaram o Instituto Conscious Capitalism, em 2010. Três anos mais tarde, publicaram em coautoria o livro Conscious capitalism: liberating the heroic spirit of business (“Capitalismo consciente: como liberar o espírito heroico dos negócios”). A organização define o capitalismo consciente como uma “maneira de pensar sobre o capitalismo e os negócios que reflita sobre onde estamos na jornada humana, o estado de nosso mundo hoje e o potencial inato dos negócios para causar um impacto positivo no mundo”.
A ideia do capitalismo consciente é trazer resultados positivos para a empresa e para a sociedade como um todo. Por isso, é cada vez maior o número de empresas que acreditam que fazer negócios é mais do que apenas ganhar dinheiro. Essas empresas tornaram-se mais atentas aos problemas sociais, ambientais e econômicos que afetam a sociedade, focando menos o lucro e mais o coletivo. Assim, surgiu o capitalismo consciente, com o princípio de que o capitalismo, como sistema estabelecido, precisa ser reavaliado e reconstruído de forma mais humana.
O capitalismo consciente envolve a preocupação com a degradação ambiental e a pobreza extrema, bem como a consciência de que a solução para esses problemas só será possível com a participação ativa do mundo empresarial. O capitalismo consciente encara o capitalismo como um sistema capaz de gerar mudanças sociais positivas, se for usado de forma consciente.
O capitalismo consciente inclui quatro princípios que se interligam, sugerindo que as empresas conscientes se comprometam com cada um desses pilares.
Embora os lucros sejam essenciais para um negócio vital e sustentável, o capitalismo consciente se concentra em um propósito maior, que vá além do lucro. O objetivo estabelece um significado mais profundo, que por sua vez inspira e envolve o bem estar dos funcionários, clientes e outras partes interessadas.
Empresas que adotam o conceito de capitalismo consciente concentram-se na ideia de que todas as partes têm o mesmo valor: clientes, funcionários, fornecedores, investidores, acionistas, financiadores, comunidades e meio ambiente. Cabe aos líderes cultivar uma cultura consciente e promover propósitos e valores dentro do negócio, para alcançar transformações positivas e agregar valor ao trabalho.
Com a mentalidade “nós” em vez de “eu”, os líderes conscientes abraçam o propósito da empresa, criam valor para todas as partes interessadas (stakeholders) e inspiram ações que contribuem para uma cultura consciente.
O capitalismo consciente contribui para uma cultura de confiança, cuidado e cooperação entre os funcionários da empresa e todos os outros stakeholders.
Um estudo liderado por Raj Sisodia e publicado na segunda edição de seu livro Firms of endearment: how world-class companies profit from passion and purpose (“Empresas humanizadas: pessoas, propósito, performance”, 2014) mostra os resultados práticos do capitalismo consciente nas empresas. Com base em critérios como propósitos, remuneração e benefícios aos funcionários, qualidade nos serviços e investimentos na comunidade e no meio ambiente, a pesquisa comprovou que as empresas consideradas conscientes vêm apresentando desempenho superior ao das demais. Ações de 18 empresas que praticam o capitalismo consciente, por exemplo, tiveram um desempenho 10,5 vezes superior do que o índice S&P 500 (que representa o comportamento das 500 principais empresas da economia americana na Bolsa de Valores), entre 1996 e 2011.
Cada vez mais marcas e empresas já adotam os princípios do capitalismo consciente, incluindo Whole Foods Market, Starbucks, Trader Joe’s e The Container Store. A Southwest Airlines é outro exemplo, com sua abordagem de resultado financeiro triplo, que atribui igual valor às pessoas, ao planeta e aos lucros.
O próprio site do Instituto Capitalismo Consciente responde a essa pergunta:
“O capitalismo funciona. Ponto-final. Seu poder de mudar vidas positivamente é incomparável. No entanto, o mau uso do poder do capitalismo por alguns levou a estereótipos negativos como ganância, má conduta e exclusão. Essa forma imprecisa de pensar sobre negócios parecia destinada a ser uma narrativa inabalável – até agora. Existe uma maneira melhor de ser capitalista. Uma forma que criará um mundo melhor para todos. Um caminho para que a humanidade libere o espírito heroico dos negócios e a criatividade empreendedora coletiva, a fim de que sejamos livres para resolver os muitos desafios que enfrentamos. O capitalismo consciente fornece esse caminho.”
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